Articulistas pretensamente à esquerda costumam acusar medidas de equilíbrio fiscal como sendo pró-mercado e contra os interesses dos trabalhadores. Depois de provocarem uma recessão brutal com medidas toscas de economia e com isso desempregarem 13 milhões de trabalhadores, ainda têm coragem de culpar o atual governo com uma cara de pau que não há óleo de peroba que chegue. Talvez fique mais elegante falar em desonestidade intelectual fundamentada em ignorância de economia.
O tal mercado é formado pelos empreendedores que querem se arriscar a montar negócios para ganhar dinheiro sim. Só que é esse mercado, o setor privado, demonizado por governos e articulistas petistas, que gera os empregos que dão dignidade aos trabalhadores e suas famílias, que faz crescer o PIB e que gera os impostos para sustentar as necessárias políticas sociais. A tal esquerda burrocrática ainda acredita que o governo é que tem de gerar empregos com seus concursos públicos que deformam a mente dos jovens para uma acomodação de estabilidade nefasta ao desenvolvimento. Assumir riscos, empreender e inovar, esse deve ser o mantra a ser repetido e propagado para transformar esse país. É preciso aumentar a produtividade e a competitividade das empresas com educação, investimento em infraestrutura, redução da burocracia, derrubada da inflação e das taxas de juros, abertura da economia e melhoria geral do ambiente de negócios. Precisamos reduzir o poder de corporações que se encastelam em seus privilégios, desprezam a meritocracia e se acomodam na mediocridade e na ignorância sobre como funciona a economia real. Confortáveis salários garantidos no final do mês, sem riscos, sem cobrança por resultados, como se passa em muitas áreas da administração pública, em todos os poderes e em todos os níveis, embotam a nação e contribuem para a ineficiência contumaz dos serviços públicos, tão criticada pela população.
Precisamos valorizar o mercado e seus empresários que criam riqueza e empregos.
Que o governo possa contribuir destravando investimentos, simplificando procedimentos, regulamentando e fiscalizando e reduzindo a assimetria de informações mas, principalmente, não atrapalhando a iniciativa privada, como costuma acontecer.
Mário Covas, candidato à Presidência em 1989, pregou a necessidade de um choque de capitalismo. Nada mais atual depois de anos de populismo vagamente socialista, cansativamente estatizante e primitivo economicamente. Esse é o verdadeiro caminho para a redução da pobreza, caminho trilhado pelos países que alcançaram níveis elevados de desenvolvimento.
Sobre o autor:
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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