Teve uma ideia?

Empreendedores têm dificuldades, muitas vezes, de conseguir ideias para empreender. A imprensa, todavia, publica frequentemente notícias inusitadas, algumas de modelos de negócios já inovadores e outras que dão ótimas ideias para algo inédito.

Um portal de vídeos pornográficos na internet quer gravar o primeiro filme da indústria do entretenimento adulto no espaço – sem gravidade(em O Globo). A empresa lançou uma campanha de “vaquinha virtual” para arcar com os custos do longa, orçado em US$ 3,4 milhões. A doação mínima é de US$ 1. Já a máxima é de US$ 150 mil e dá direito a um dos trajes espaciais usados pelos atores, incluindo a roupa de baixo.

Outra notícia(em O Globo) dá conta de queixas surgidas no Estado Islâmico de que jihadistas que querem se explodir em missões suicidas em nome da jihad acusam membros da liderança de nepotismo, privilegiando nomes de parentes e amigos na lista de recrutas para atentados. Um aplicativo para Smartphone poderia avaliar os candidatos, colocar ordem na fila e montar uma rede social com as virgens que eles esperam encontrar no outro mundo.

Da Europa Oriental vem outra ideia(em Veja). Mikhail Saakashvili governou a Geórgia de 2004 a 2013 mas, refugiado na Ucrânia, não pode voltar ao seu país, pois seria preso por alguns crimes incluindo usar dinheiro público para transportar de jatinho uma massagista americana que lhe aplicava “mordidas terapêuticas”. Um serviço desses à domicílio pode fazer sucesso, mas o modelo de negócio não pode ser virtual. Talvez uma franquia.

De Manaus, vem a notícia que o cacique Paulo Apuranã teve o seu cocar de penas silvestres apreendido pelo Ibama no aeroporto. O fiscal alegou que o cocar não tinha a autorização do Instituto comprovada por meio de um selo. Alguém pode pensar em uma startup para cadastrar índios e fazer crachás, uma empresa de certificação de cocar ou uma empresa de engenharia genética para colocar bom senso em fiscal.

Outra oportunidade imperdível (em O Globo) vem da Califórnia, onde nova regra sobre segurança na indústria do cinema para adultos está sendo estudada. Além de contemplar o uso obrigatório do preservativo e a adoção de padrões de higiene rígidos, a regra prevê o uso de óculos protetores quando houver risco de exposição a “fluídos corporais potencialmente infecciosos, para finalizarem certos atos sexuais habituais nos filmes”. Essa é uma ótima oportunidade para fabricantes de EPI(equipamento de proteção individual). Talvez caibam luvas também. Capacete acho que não.

Aos empreendedores só não pode faltar imaginação. Oportunidades não faltam.

Evandro Milet

Consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente aos domingos

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