O mundo digital ampliou muito as formas de comunicação de uma empresa com o seu público, tanto em quantidade de opções de meios, como na transformação do que era unidirecional para bidirecional. O público não apenas assiste, ouve ou lê como antes, ele agora fala e emite opinião. São 165 milhões de internautas no Brasil – cidadãos conectados. A atenção dos consumidores está sendo disputada por uma infinidade de demandantes, obrigando as empresas a uma dedicação muito maior para conseguir se comunicar com seu público.
Até o início desse novo século a comunicação era muito concentrada no Brasil, muito mais do que já era nos EUA na época. O Jornal Nacional tinha 60% de audiência, hoje está na casa dos 20%. Bastava que as empresas colocassem anúncio na TV, no rádio e no jornal e aguardasse a chegada do consumidor. Agora, houve uma verdadeira fragmentação nas formas de comunicação, na tentativa de encontrar o consumidor em um dos nichos onde ele convive e tentar o seu engajamento com a empresa de forma que ele mesmo passe a divulgar a empresa nas suas redes. Gerar conteúdo para cada nicho passa a ser obrigatório para quem quiser engajar o consumidor.
Desse modo, a comunicação das empresas deve abranger hoje várias ferramentas como: televisão, rádio, mídias sociais, eventos, publicações, sites, lives, newsletters, blogs, outdoors, chats, atendentes humanos, avatares, robôs, email marketing. E também várias atividades: relações públicas ou institucionais, publicidade, assessoria de imprensa, enfim uma infinidade de formas de apresentação.
Nas mídias sociais convivem diferentes linguagens. Facebook, Twitter, Instagram, TikTok, YouTube, WhatsApp e outros, com diferentes propostas de comunicação. Uns focam em vídeos, outros em fotos, outros em mensagens curtas, outros em grupos fechados, uns em públicos mais jovens ou mais técnicos ou mais conservadores e obrigam as empresas a manter equipes especializadas em aparecer bem, oferecer conteúdo relevante e também antenadas no que é comentado a seu respeito, principalmente se for algo negativo que pode gerar boicotes ou cancelamentos.
Não faz mais sentido essas equipes ficarem separadas. Devem estar juntas, uma única equipe, dentro de uma mesma estratégia, passando uma imagem única da empresa para fora e para dentro em todos os canais simultaneamente.
Há várias linhas de comunicação na empresa e todas devem estar alinhadas, falando a mesma língua: horizonta l- a comunicação entre os departamentos de uma empresa; vertical – a comunicação alinhada ao objetivo da empresa; interna – a comunicação entre todo o time de colaboradores; externa – a comunicação com clientes, fornecedores e terceiros.
O cenário é de fragmentação maior da comunicação, aumento da conectividade, respostas ágeis, consistentes e simultâneas em todas as plataformas de relacionamento. Isso vale para empresas e vale também para governos, todos têm de se comunicar com seu público.
Não faz mais sentido cursos universitários separados para cada tipo de profissional que atua nesse meio. Tudo tem que estar junto e misturado.
O mercado batizou como “Comunicação Integrada de Marketing” ou CIM, essa inovação de gestão integrada e simultânea de todas as ferramentas mercadológicas, com melhor aproveitamento de recursos e gerando consistência à marca.
Não é só a tecnologia que evolui, com ela todas as formas de gestão também mudam.
Publicado em 26/03/2022 em A Gazeta