Preparando o futuro

Quando a gente acha que sabe todas as respostas vem a vida e muda todas as perguntas. Essa frase, atribuída ao Veríssimo, poderia ser a síntese da dificuldade de fazer previsões de longo prazo. Dezesseis anos atrás a Internet estava começando a se difundir com emails e acessos bastante limitados a sites e ainda não havia Google, smartphones, Facebook, Twitter e redes sociais em geral que mudaram o modo de se relacionar, informar, comunicar, aprender, convocar manifestações, comprar, vender, opinar, fotografar, se exibir, começar relacionamentos.

Como serão os próximos 16 anos até 2030?

Esse o desafio assumido por empresários e governo estadual ao atualizar o documento ES 2025 preparado seis anos atrás. Fundamental a percepção agora que o documento anterior não tratava de tecnologia e inovação e este tem a grande mensagem de imaginar em 2030 o Espírito Santo como um estado inovador, dinâmico e sustentável. Os grandes temas são: interiorização, diversificação econômica, logística e inovação.

Como é difícil adivinhar o futuro, melhor se preparar para qualquer futuro que vier. Algumas metas já são óbvias, por exemplo, ampliar a cobertura de internet de 41% para 100% das residências. Mas, certamente, para um estado inovador são fundamentais: educação, ciência, tecnologia e capacidade de inovar. Aí começam os problemas do Brasil. No recente teste PISA que avalia leitura, matemática e ciências dos alunos de 15 anos, o Brasil fica em 58º lugar em 65 países! Pelo menos ficamos com o consolo de que o Espírito Santo ficou em 1º lugar entre os estados brasileiros.

A nossa UFES também, em recente pesquisa da Folha de São Paulo fica em 34º lugar entre as universidades brasileiras e olha que não temos nenhuma universidade entre as 200 melhores do mundo. Por outro lado, para inovar, principalmente na indústria, é preciso contar com um bom quadro de engenheiros. Nesse ponto melhoramos: o Espírito Santo passou do 13º para o 6º lugar, entre 2000 e 2011, no número de engenheiros formados por ano para cada 10.000 habitantes. Porém ainda entendemos aqui que inovar significa comprar novos equipamentos de produção e pouquíssimas empresas investem em pesquisa e desenvolvimento internamente. No mundo desenvolvido, ao contrário do Brasil, a maior parte dos doutores não está nas universidades, mas nas empresas praticando inovação.

Nesse quadro é promissor o lançamento de 16 novos editais pela Fapes com a aplicação do recorde de R$ 102 milhões em ciência, tecnologia e inovação em universidades e empresas.

Evandro Milet

  Consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente aos domingos

Twitter: @ebmilet     Email: evandro.milet@gmail.com

 

 

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