No exame internacional PISA que mede e compara o conhecimento de estudantes de 15 anos em 73 países, os Estados Unidos, em 2015, ficaram em 41º lugar em matemática, 25º em ciências e 24º em leitura(Brasil 68º,66º,62º). No entanto, é dali que saem as grandes inovações que se espalham pelo mundo. Por quê?
Nassim Taleb, no livro “Antifrágil – Coisas que se beneficiam com o caos”, sugere como explicação a força do empreendedorismo naquele país, onde pessoas se arriscam, sem medo do fracasso, até porque, diferentemente de outros países, o fracasso é valorizado como experiência. Alguém que tenha cometido muitos erros(nunca o mesmo erro) – é mais confiável do que quem não cometeu nenhum. No Japão o fracasso é motivo de vergonha e no Brasil é visto com desconfiança, como negativo na carreira.
Na tentativa e erro, a racionalidade consiste em não rejeitar algo que é nitidamente melhor do que se tinha antes. No Vale do Silício é comum a ideia de “fracassar logo”, ou como disse Reid Hoffman, fundador do Linkedin: “Se você não tem vergonha da primeira versão do seu produto, você demorou demais para lançar”. Startups podem ser frágeis individualmente para que o sistema seja antifrágil, aquilo que se fortalece na incerteza, na aleatoriedade, que aprecia os erros, que cresce na competição feroz. De forma semelhante, Darwin mostrou que a sobrevivência dos mais aptos faz com que a natureza fique mais forte.
Steve Jobs, um dos maiores inovadores, valorizava o que Taleb chama de via negativa, menos é mais, quando dizia: “As pessoas acham que foco significa dizer sim àquilo que se deseja focar. Mas isso não tem nada a ver com foco. Foco significa dizer não às centenas de outras boas ideias que existem. […]Inovação é dizer não a mil coisas.” Ele também não seguia o que Taleb chama de falácia teleológica, ou a ilusão de que sabemos exatamente para onde estamos indo, quando dizia que “as pessoas não sabem o que querem, até mostrarmos a elas”, ao perguntarem se tinha feito pesquisa de mercado para lançar o iPhone. Terminando de explicar o papel fundamental da liderança tecnológica dos EUA, Taleb sugere a criação do Dia Nacional do Empreendedor com a seguinte mensagem: “ A maioria de vocês fracassará, será desrespeitada, empobrecerá, mas somos gratos pelos riscos que vocês estão assumindo e os sacrifícios que estão fazendo em prol do crescimento econômico do planeta e forçando os outros a sair da pobreza. Vocês estão na origem da nossa antifragilidade. A nação agradece”.
Muitos países têm uma educação melhor que eles, mas o empreendedorismo é o segredo.
Sobre o autor:
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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