Pesquisas colocam os políticos no final da escala de confiabilidade para a população. Claro que ninguém gosta de ver seu dinheiro indo pelo ralo com corrupção e mordomias. Há um aspecto porém, que a população não entende e que acaba demonizando a política, atividade essencial para o exercício da liberdade.
A imprensa, vez ou outra, publica matérias com plenários vazios e parlamentares trabalhando apenas de terça a quinta. Um deputado federal ou senador porém, executa várias atividades além de comparecer às sessões em plenário. Quem já visitou o Congresso Nacional deve ter percebido a multidão que circula pelos corredores. São organizações diversas procurando influenciar e defender os seus pontos de vista junto aos parlamentares que participam de várias comissões para discutir os projetos antes das votações em plenário.
Fora do Congresso, cabe ao parlamentar peregrinar junto aos Ministérios e órgãos federais para encaminhar projetos ou liberar verbas para o seu Estado, situação criada pela excessiva concentração de recursos na esfera federal.
Nos outros dias da semana, inclusive sábados e domingos, têm de comparecer a eventos diversos, na capital ou no interior, para ouvir a base eleitoral e prestar contas. Mesmo sacrificando a família, se não fizerem isso ficam longe do eleitor e não se elegem na próxima. Com essa dedicação, não há tempo para exercer outra profissão e, caso percam a eleição, é difícil voltar à profissão de origem, onde perderam os contatos e a referência.
Não cabe julgar parlamentares por lista de presença como num colégio ou por relógio de ponto. Mesmo as empresas hoje avaliam funcionários pelas entregas feitas e não por medidas de esforço ou presença física. Gratificação de assiduidade é uma excrescência incluída apenas em alguns acordos por quem detesta meritocracia.
Critérios fundamentais incluem a participação nos grandes debates, constar em listas de congressistas influentes e a apresentação de projetos relevantes para o Estado ou para o país.
Outros critérios de avaliação são: a participação firme em comissões importantes, ser líder de partidos expressivos, estar na mesa diretora ou ser indicado como Ministro. É nesse nível que a maior parte das decisões são de fato tomadas e que podem trazer benefícios e projetos para seus Estados. Ninguém consegue isso se não estiver presente no dia a dia do Congresso, embora alguns nessas posições trabalhem para benefício próprio ou de grupos de interesse.
Enfim, critérios além da assiduidade em plenário identificam melhor os bons e os maus políticos.