Matéria na revista The Economist(16/02/2014) esclarece esse assunto citando Schumpeter. Há duas formas de ver. A primeira é a popular: empreendedores são aqueles que tocam seus próprios negócios. A segunda é a visão de Schumpeter de que empreendedores são inovadores: vêm com ideias e as transformam em negócios de rápido crescimento. Dessa forma distingue empreendedores que replicam negócios existentes e empreendedores inovadores que desorganizam a maneira corrente de fazer as coisas. Também distingue pequenas empresas em geral de pequenas empresas de rápido crescimento.
Levantamentos sobre o grau de empreendedorismo nos países, medem o primeiro tipo, o que provoca distorções. O Egito aparece muitas vezes como mais empreendedor do que os Estados Unidos.
Pesquisa no Reino Unido identificou as Pequenas Empresas de Rápido Crescimento, usando o critério de terem receita anual entre 1 e 20 milhões de libras e um crescimento anual de mais de 20%. Descobriu que elas representam 1% das empresas e de 3 a 4% da economia, mas foram responsáveis por 36% do crescimento da economia em 2013 e criaram 68% dos empregos entre 2012 e 2013!
O Secretário de Negócios, Inovação e Perfis Profissionais do Reino Unido afirmou: “O Governo reconhece que um pequeno percentual de empresas gera uma quantidade desproporcional de inovação e de crescimento do emprego.”
Daniel Isenberg, professor de empreendedorismo no Babson College em Boston, no seu livro com o sugestivo título “Worthless, Impossible and Stupid: How Contrarian Entrepreneurs Create and Capture Extraordinary Value”( Não vale a pena, Impossível e Idiota: como os empreendedores que vão contra a corrente criam e capturam valor extraordinário) confirma que é difícil perceber antecipadamente quando um empreendedor terá sucesso extraordinário. Na grande parte das vezes é alguém que foi contra a opinião da maioria e que criou um modelo de negócio que ninguém valorizava muito. E pode ser de qualquer ramo, não apenas do mundo digital como se imagina.
Isenberg é consultor de diversos programas para desenvolvimento do empreendedorismo, nesse conceito de identificar empresas de rápido crescimento, como o Scale-up Milwaukee, o Scale-up UK e até um Scale-up America em organização.
A coordenadora do Scale-up UK resume: “A vantagem competitiva não é dos países que focam em criar empresas, mas daqueles que focam em escalar empresas.”
O desafio está em conseguir identificá-las e focar em um programa específico de apoio, levantando os principais problemas que elas enfrentam e atuando de maneira organizada para enfrentá-los.
Sobre o autor:
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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