O filme de 1951 com esse título, depois refilmado em 2008, conta a história da chegada de um extraterrestre à Washington, onde tenta alertar os líderes da Terra sobre os perigos de uma guerra nuclear que estaria preocupando os outros planetas. Mal compreendido, ele tenta conversar com cientistas. Para que tenha crédito, decide dar à humanidade uma demonstração de força — no dia seguinte, todos os aparelhos elétricos da Terra param de funcionar ao mesmo tempo.
Hoje não precisaríamos de um extraterrestre para esse serviço. Basta algum hacker invadir os computadores das empresas de eletricidade para esse efeito. Como afirmou recentemente Sílvio Meira, é impossível, pelo custo astronômico, garantir que um software hoje faz aquilo e só aquilo que foi projetado para fazer. Há inúmeras vulnerabilidades, o que leva as empresas a viverem uma permanente corrida de gato e rato com hackers amadores ou profissionais de todas as partes do mundo.
Imaginem quando os automóveis forem autônomos, e depois aviões, comandados por sensores e software, e todos os serviços, indústrias e negócios estiverem em nuvem, numa imensa rede, conectados pelo 5G.
A ficção científica convive com discos voadores, robôs, viagens interplanetárias, máquinas do tempo ou computadores falantes, mas pouco visualizou que todas as coisas pudessem ser dotadas de inteligência, por não prever a exponencial miniaturização e a explosiva capacidade dos chips. A fantasia dos contos infantis foi mais precisa. Lá os objetos falam, pensam e se comunicam como o espelho da madrasta da Branca de Neve, as louças em a Bela e a Fera ou as cartas do baralho em Alice no País das Maravilhas.
Há previsões que, em 2025, um trilhão de objetos poderão estar conectados na internet das coisas.
No conto “Resposta” de 1954, de Fredric Brown, autor norte-americano de ficção, cientistas conectam todos os computadores da totalidade dos planetas habitados do universo a um supercomputador capaz de combinar o conhecimento integral de todas as galáxias. Em seguida, um cientista formula ao computador uma pergunta que nenhuma máquina tinha sido capaz de responder até então: Deus existe? Ao que o computador responde sem hesitação: Sim, agora existe. Apavorado, o cientista tenta desligar a chave, mas é fulminado por um raio caído de um céu sem nuvens. Oremos.
Sobre o autor: Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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