O alienista em Brasília

Em “O Alienista”, Machado de Assis conta a história do Dr. Simão Bacamarte que criou um manicômio chamado Casa Verde para abrigar todos os loucos da cidade de Itaguaí. No começo os internos eram realmente casos de loucura e a internação aceita pela sociedade, mas o Dr. Bacamarte passou a enxergar loucura em todos e a internar todo mundo. Até D. Evarista, sua mulher, é internada após passar uma noite sem dormir por não conseguir decidir que roupa usaria numa festa. Depois de uma revolta da população e percebendo que suas teorias sobre loucura estavam erradas, o alienista conclui ser o único anormal e decide trancar-se sozinho na Casa Verde para o resto de sua vida.

Fico imaginando o Dr. Bacamarte em Brasília. Começaria mandando para a Casa Verde a ex-Presidenta Dilma, após saudar a mandioca e tentar estocar vento. Em seguida iria Eduardo Cunha, presidindo uma outra casa de loucos, gritando que não tinha conta, era só beneficiário. Depois seguiriam Bolsonaro elogiando torturadores e batendo continência e Jean Wyllys, enrolado numa bandeira vermelha, com sua cusparada republicana. Por falar em cana, Lula, chamando tsunami de marolinha, garantiria o seu lugar na Casa Verde, com condução coercitiva, situação agravada quando mandou os procuradores enfiarem o processo em algum lugar. Dona Marisa aproveitaria para entrar junto segurando panelas para enfiar no mesmo lugar. Lula repetiria descontrolado que não tinha triplex, nem sítio, nem quadrilha, não sabia de nada e a culpa era de FHC. Tudo filmado pela Feghali que se internaria também. No Senado, o trio Jardim de Infância, com Lindbergh, Grazziotin e Narizinho, entraria marchando juntinho gritando “Fora Temer”, imitando Napoleão e chamando os enfermeiros de golpistas. Renan, com 11 processos, mas solto, correria com implantes ao vento, para a Casa Verde, fugindo de Marco Aurélio que o perseguia, com Gilmar Mendes atrás, que acabariam entrando também. O ex-Ministro da Cultura, tropeçando nos fios do gravador, seria o próximo, agarrado com Gedel que tentara se jogar do alto de um prédio. Se Brasília não dava conta de encher a Casa Verde, o Rio daria sua contribuição. Garotinho, com camisa de força, de maca e tudo, entraria de ambulância. A ex-primeira dama seria internada depois de ficar uma noite sem dormir por não conseguir decidir que joia usaria numa festa.

Percebendo que tinha tanta gente dentro da Casa Verde que talvez tivessem razão, o louco deveria ser ele, Dr. Bacamarte liberaria todos diretamente para Curitiba, e se internaria sozinho novamente para o resto da vida. Coisa de doido.

Sobre o autor:

Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.

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