No reino das falácias

 

Falácia é um raciocínio errado com aparência de verdadeiro, usado para enganar, como alguns que vêm sendo muito utilizados e divulgados pela imprensa. Vejamos como a literatura classifica os tipos de falácias mais usuais:

1) Apelo ao medo para validar o argumento – Muito utilizado nas eleições para insinuar que a bolsa-família poderia acabar se Dilma perdesse;

2) Falsa analogia – Duas coisas sem relação são comparadas. Lula após debate presidencial entre Dilma e Aécio: “Se ele é capaz de gritar com uma presidenta, quando encontrar um pobre, é capaz de pisar”. Ou o filmete canalha mostrando que um Banco Central independente tiraria comida da mesa dos brasileiros;

3) Falsa causa – Apenas porque dois eventos ocorrem juntos, eles estão relacionados. Como na tentativa maldosa de associar manifestação contra o governo no dia 13/12 com o AI-5 editado em 13/12/1968;

4) Generalização precipitada – Uma pequena amostra leva a uma conclusão tendenciosa. Como a afirmação que os manifestantes são a favor do golpe militar. Ou que os opositores não se conformam que os pobres agora viajam de avião;

5) Inversão de causa e efeito – Considerar um efeito como causa. Quando afirmam que a Lava-Jato é a causa da crise política e da crise econômica. Ou quando procuram negar que a alta da inflação no final do governo FHC foi causada pelo medo do PT no governo;

6) Tu quoque(tu também) – Admitir um erro que os outros também cometem, como se fosse uma desculpa. Quando Lula afirmou que Caixa 2 em campanha era o normal ou quando dizem que a corrupção na Petrobras começou no governo anterior;

7) Falsa dicotomia – Quando se apresenta uma situação com apenas duas alternativas, quando outras existem. Quando, em relação ao impeachment, afirmam que ou a pessoa está com o golpe ou com a democracia. Ou estão com Dilma ou com Eduardo Cunha, na tentativa oportunista de simular um embate entre o bem e o mal;

8) Distorção de fatos –  Mascarar os verdadeiros fatos. Como dizer que as pedaladas fiscais foram praticadas para pagar o bolsa-família e minha casa minha vida. Ou ridicularizar os pedalinhos e esquecer o dinheiro das empreiteiras gastos inexplicavelmente na reforma do sítio de um laranja sem importância. Ou reclamar que só investigam o PT, quando o objeto da Lava-Jato é o roubo bilionário na Petrobras, onde a oposição não tem nenhuma influência.

Essas argumentações toscas, de pura desonestidade intelectual ou desespero, povoam os discursos com frases de efeito, pretensamente astutas, para enganar pessoas honestas e de boa-fé. Felizmente falácia também tem perna curta.

 

Evandro Milet

Consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente. 

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