Mais médicos

A revista Veja fez reportagem recente sobre o programa Mais Médicos e o tom foi positivo. O sinal mais forte de que a população é favorável ao programa é a falta de notícias negativas na imprensa e a manutenção pelo novo governo. O programa tem se modificado com o aumento do número de médicos brasileiros que eram 16% de 14.000 em 2014 e são hoje 40% de 18.000. Os cubanos eram 80% e são 57% hoje. Para atrair mais médicos brasileiros o Governo aumentou a sua remuneração e só os envia para cidades com mais de 250.000 habitantes. Os cubanos vão para onde mandarem.

A comunidade médica criticou o programa pela falta de estrutura nas pequenas cidades do interior e a eventual formação deficiente dos cubanos. O fato é que eles têm formação e postura de médicos de família, acostumados a trabalhar com a pobreza e usam apenas estetoscópio e aparelhos de pressão, mas conseguem resolver grande parte dos problemas com prevenção. Cuidados elementares previnem fatores de risco como diabetes, hipertensão e colesterol alto. E a população desassistida dos locais mais remotos do país não pode esperar que haja recursos para melhorar o acesso e as precárias e lamentáveis condições dos postos de saúde.

É reconhecido pelos organismos internacionais de saúde que a mortalidade infantil é das mais baixas do mundo em Cuba. Parece que os cubanos só entendem desse tipo de medicina e de charutos. Isso de maneira nenhuma absolve uma ditadura com muitos presos políticos. A justificativa do bloqueio americano não convence, embora seja uma coisa anacrônica e que acaba sustentando o discurso ideológico. A pobreza é mais explicada pela ausência da liberdade de ir e vir, de empreender, de informação e de imprensa. A mesma falta de liberdade que reage à decisão de 88 desses médicos de permanecer no Brasil.

Um eventual erro de dosagem de remédio, com pouquíssimos casos relatados, não têm expressão, porque erros também acontecem em muitos postos de saúde e hospitais brasileiros, apesar da atuação quase heróica de muitos médicos e enfermeiros.

Segundo a revista, estima-se que 63 milhões de brasileiros tenham sido atendidos nas 4088 cidades onde o Mais Médicos foi implantado e calcula-se em 110.000 o número de brasileiros que deixaram de ser internados em hospitais. Muitas prefeituras aproveitaram o programa para reduzir o número de médicos na sua folha. Um crime.

O fato do programa ser um sucesso não redime o governo Dilma do estrago provocado na economia com 14 milhões de desempregados. Muitos brasileiros deixaram de ter plano de saúde e superlotam as unidades do SUS. Um desastre social.

Sobre o autor:

Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.

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