A habilidade de conectar disciplinas – arte, ciências, humanidades e tecnologia – é a chave para a inovação, imaginação e genialidade. Walter Isaacson se especializou nas biografias de quem tinha essas características: Benjamin Franklin, Albert Einstein, Steve Jobs e mais recentemente, Leonardo da Vinci, cuja morte completa agora 500 anos. A introdução do livro de Isaacson já desenha o perfil inovador de Leonardo.
Ele trabalhou em estudos revolucionários sobre anatomia, fósseis, pássaros, coração, máquinas voadoras, ótica, botânica, geologia, dinâmica das águas e armamentos. Sua arte tinha a ciência por base. Ele arrancou a pele de cadáveres e desenhou os músculos que movem os lábios para pintar o sorriso mais inesquecível, a Mona Lisa. Estudando luz e ótica aperfeiçoou o uso do sombreamento e da perspectiva para modelar objetos que parecessem tridimensionais. Essa se tornaria a maior inovação da arte renascentista. Steve Jobs dizia que a habilidade em combinar arte e engenharia transformou Leonardo em um gênio. Sua fértil imaginação flertava com a fantasia, o que deveríamos preservar em nós mesmos e incentivar em nossos filhos. Talento sem imaginação é estéril. Unir curiosidade, observação e imaginação fez dele o maior inventor e uma das raras pessoas a procurar saber tudo que era possível saber sobre tudo que havia para saber. “Talento é acertar um alvo que ninguém acerta. Genialidade é acertar um alvo que ninguém vê”, afirmou o filósofo Schopenhauer.
O século XV – de Leonardo, Colombo e Gutemberg – foi uma época como a nossa, de invenções, de explorações e da disseminação de informações com novas tecnologias. Leonardo se sentia confortável em ser um tanto desajustado: filho ilegítimo, gay, vegetariano, canhoto, muito disperso e, às vezes, herético. Florença prosperou no século XV porque não se incomodava com essas categorias.
E conclui Isaacson: a curiosidade e o experimentalismo incessante de Leonardo deveriam nos lembrar da importância de incutir em nós mesmos e em nossos filhos a ideia de assimilar o conhecimento, mas também a questioná-lo – ser criativo e, como muitos desajustados talentosos e rebeldes de todas as épocas, pensar diferente.
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