A TV Gazeta lançou o programa Espírito Santo Competitivo cobrindo as áreas de educação, inovação, logística, instituições e financiamento, para que se propusessem ações concretas para o desenvolvimento do Estado. Tratemos aqui alguns aspectos de inovação e financiamento.
Acontece nesse momento um movimento ainda subterrâneo, embora crescendo com força, onde diversos fundos de capital de risco avaliam e fecham negócios de participação em empresas capixabas de tecnologia. O apoio à inovação, que durante muitos anos, teve o envolvimento quase isolado e heroico da Tecvitória, incorporou novos atores na figura de novas incubadoras, aceleradoras e ambientes de co-working. O engajamento do Sebrae, da CDV e da Fapes foram fundamentais, acompanhados agora pelo Bandes, trazendo e apoiando esses fundos de risco.
O Ifes e depois a Ufes se envolvem firmemente no processo de inovação, que tem uma vertente não digital na formação do Forum Capixaba de Petróleo e Gás, com forte liderança da Petrobras e participação da Secretaria de Desenvolvimento, da Findes, Sebrae, Onip e outras instituições. Reconhecido como o melhor programa estadual para o desenvolvimento de equipamentos para a indústria do petróleo, o Forum lança projetos que começam a chegar ao mercado, após incubados na Tecvitória. Apesar da crise, o programa de exploração e produção da Petrobras continua bilionário. Existem imensas oportunidades de fornecimento, tanto no mar como em terra, além da possibilidade de exportação, pois as tecnologias usadas são semelhantes em todo o mundo. Algumas empresas capixabas já estão nesse caminho, vendendo diretamente ou tentando joint-ventures, no Canadá, Colômbia, Noruega, Inglaterra e países árabes.
Ainda faltam algumas pernas para compor um ecossistema de inovação. O investimento inicial em startups, feitos usualmente por investidores-anjos em todo o mundo, é quase nulo no estado. Investidores individuais ainda preferem investir em imóveis, não estando familiarizados com essas novas oportunidades. Um apoio do governo estadual para fundos locais de investidores-anjos daria um empurrão na base da inovação e ajudaria a divulgar essa forma de investimento. Outros apoios fundamentais se dariam na implementação do sonhado Parque Tecnológico de Vitória e na manutenção da Tecvitória que passa por dificuldades para se sustentar, apesar dos resultados reconhecidos por toda a comunidade envolvida no ecossistema de inovação. Podemos estar tocando violino no convés do Titanic. O ecossistema avança, mas seria lamentável se uma sustentação histórica afundasse.
Evandro Milet
Consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente aos domingos
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