Em 2006, por sugestão e em parceria com o Sebrae, o Governo do Estado, através da Secretaria de Gestão e Recursos Humanos, implementou um programa inovador de formação de empreendedores no governo. O Empretec, curso de 60 horas, ensina as características básicas do empreendedorismo, funcionando como um poderoso mobilizador de iniciativas. Mais de 2000 servidores estaduais e municipais foram capacitados. Alguns tomaram o rumo de tocar a própria vida, montando negócios – e isso é válido – porém a maioria ficou no Governo contribuindo com uma nova visão. O curso injeta conceitos de iniciativa, busca de oportunidades e desafios, persistência, comprometimento, planejamento e monitoramento, qualidade e eficiência, cumprimento de prazos, busca obsessiva de informações, persuasão e rede de contatos, independência e autoconfiança. Esses conceitos, fundamentais para quem quer ter sucesso na área privada, são perfeitamente úteis para servidores, muitas vezes criticados por comportamentos passivos, descompromissados, ineficientes e de baixa colaboração.
Essa é uma iniciativa, que se soma a muitas outras, adotadas hoje em várias instâncias governamentais, para aumentar a eficiência da área pública. Entre elas a adoção da meritocracia, indicadores, medição e divulgação de resultados, planejamento estratégico e de longo prazo, gerenciamento de projetos e processos, informatização e principalmente foco no cliente, o cidadão.
Novas formas de organização foram desenvolvidas e implementadas, apesar da resistência de setores atrasados. As organizações sociais, forma mais ágil de atuação com a participação do terceiro setor nas áreas de educação, saúde, cultura, meio ambiente, ciência e tecnologia, estabelecidas por lei em 1998, vem sendo usadas em todo o país. A privatização de setores, com a criação de agências reguladoras e fiscalizadoras que transferem para a área privada a execução, porém mantendo um controle da sociedade, tem resultados que mudaram até a forma de pensamento mais conservador da esquerda.
Outro exemplo são as PPPs – Parcerias público-privadas, onde projetos importantes para os quais o governo não tem recursos e também não seriam rentáveis para exploração pela iniciativa privada, são tocados em parceria. O Governo entra com uma parte suficiente para viabilizar um retorno razoável para a área privada investir. Aliás, a primeira lei municipal de PPPs no Brasil foi aprovada em 2004 em Vitória.
Falta muito para termos máquinas governamentais eficientes, mas lideranças esclarecidas, inovação e pessoal qualificado podem contribuir bastante.
Sobre o autor: Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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