Gestão e Terceirização

 

Em artigos e opiniões contrárias à terceirização de atividade-fim,  quase todas de professores de economia, sindicalistas ou juízes do trabalho, percebe-se em comum a completa ausência de considerações sobre gestão de empresas. Como provavelmente nunca empreenderam nada  e também não estudaram gestão de empresas, entendem de modo simplista que empresas são constituídas apenas de capital e trabalho e que brigam entre si.

Empresas exigem liderança, cultura, formação de novas lideranças, trabalho em equipe, desenvolvimento de pessoas e alinhamento de visões. A gestão passa por processos constantes de inovações que devem ser incorporadas como gestão de conhecimento, inteligência competitiva e responsabilidade compartilhada, entre muitas outras.  A visão moderna mostra como fundamental a relação com clientes e para isso é necessária uma forte participação e envolvimento dos empregados que atuam nessa linha de frente. Com esse quadro é difícil imaginar que empresas possam tender a terceirizar sua força de trabalho ligada à atividade-fim em um movimento de pejotização, como tentam argumentar os que são contra a terceirização. É impossível administrar  uma força de trabalho terceirizada em grande escala na atividade-fim e conseguir manter uma empresa coesa e competitiva. O barato sai caro. Quem já empreendeu sabe que tem de contar com uma equipe com as características citadas e, se não forem empregados, com ambição de subir na empresa em remuneração ou hierarquia, a possibilidade de sair a qualquer momento poderia destruir toda uma estratégia.

Também cada vez mais empresas procuram administrar recursos intangíveis como modelo de gestão, projeto, design, marcas, patentes, marketing, pesquisa e canais de distribuição e terceirizam partes de produtos e serviços para empresas especializadas. Fica cada vez mais difícil dizer o que é a atividade-fim das empresas.

Ao terceirizar partes as empresas se arriscam a criar concorrentes quando esses fornecedores de partes ou serviços entenderem que poderiam ampliar sua área de atuação competindo com o antigo cliente. Esse é um dos muitos riscos que empresários  correm todos os dias e que não fazem parte da preocupação de sindicatos, envolvidos apenas com remuneração e os benefícios do trabalho.

Enfim, vamos proteger os empregados das empresas terceirizadas, mas não vamos impedir empresas de terceirizar aquilo que sua estratégia considerar mais adequado para o sucesso do negócio, sob pena de atravancar o ambiente de negócios, a produtividade, a competitividade e a dinâmica de geração de empregos decorrente.

Sobre o autor:

Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.

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