As esquerdas têm também o seu tripé macroeconômico: governo grande, orçamento ilimitado e subsídios seletivos para campeões nacionais. Brizola já dizia: “Em matéria de necessidade pública, primeiro a gente faz a despesa necessária ao interesse coletivo, e depois, a receita.“ Ou Dilma dizendo “gasto público é vida”. A insanidade não tem limite. A ignorância em economia leva à situação atual de desemprego em massa e aumento da miséria e da desigualdade.
Alguns países têm dívida grande sem problema. Mas ela é perigosa quando tende a aumentar rapidamente e o mercado percebe possibilidade de descontrole, provocando fuga de dólares e desvalorização do real. E isso pode acontecer por dois motivos: juros altos e gastos anuais do governo maiores que a arrecadação. É esse o caso brasileiro. Os juros ficam altos se precisam ser aumentados para conter inflação ou se os credores desconfiam que há um risco de calote e pedem mais juros para compensar o risco. Ainda bem que, desde o governo Temer, os juros têm caído, reduzindo a velocidade de crescimento da dívida que agora pode se estabilizar, mesmo ainda em nível alto, em 2020. Os gastos do governo estão maiores que a arrecadação desde 2014, no desgoverno Dilma. O governo Temer constitucionalizou um teto de gastos para sinalizar que ia controlar o problema e impedir que novos gastos fossem introduzidos sorrateiramente no orçamento. Afinal, Millor já dizia que, em Brasília, todos os gastos são pardos. Com isso, a esquerda pirou porque o seu tripé macroeconômico estava sendo atingido. Onde já se viu controlar gastos? Alguns usam erroneamente o exemplo do governo atual de Portugal, de esquerda, conhecido lá como a “geringonça”, como se tivessem feito uma política diferente da austeridade e tivessem tido sucesso. Não é verdade. Lá houve demissão de funcionários públicos, corte de salários e pensões, coisa que não dá para fazer por aqui por causa dos “direitos adquiridos”, mesmo que o país vá para o buraco. Depois que fizeram o que tinha que ser feito, como as medidas são impopulares, a esquerda vem surfar na onda, ganha eleição e começa a afrouxar a austeridade – até a próxima crise.
Alguns países desenvolvidos, eventualmente com dívida grande, tem um histórico de estabilidade econômica, população com alta renda, um bom ambiente de negócios e uma segurança jurídica, que não é o nosso caso, e passam a certeza que a coisa não sairá do controle. Isso se reflete nos ratings das agências internacionais, motivo de sinistras teorias da conspiração das esquerdas.
Vamos ver se o país toma rumo agora na economia e resolve um dos nossos maiores problemas sociais: o desemprego de 12 milhões de pessoas. Enquanto isso vamos brigando contra o obscurantismo abobalhado na educação e sórdido na cultura, o terraplanismo no meio ambiente, o fundamentalismo religioso, as manifestações anti-iluministas pela censura, os ataques à liberdade de expressão, a manipulação da verdade nas redes, o saudosismo inconsequente de ditaduras, o delírio paranóico de globalismos, o retrocesso civilizatório e os arroubos autoritários.
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