Os quatro cavaleiros digitais, Apple, Amazon, Google e Facebook têm juntos um valor de mercado de mais de 3 trilhões de dólares, uma vez e meia o PIB do Brasil. Mas com apenas 418.000 empregados. Costumávamos admirar as empresas que criavam milhares de empregos. Assim Scott Galloway mostra, no seu livro “Os Quatro”, a grande diferença em relação ao passado, onde as grandes empresas eram as de petróleo, de automóveis e os bancos e mantinham muitas vezes mais empregados.
Enquanto crescem, essas empresas vão acumulando informações a nosso respeito.
O Google e Facebook sabem tanto a nosso respeito que são capazes de prever o que vamos fazer. Galloway mostra, por exemplo, algumas buscas feitas por pessoas antes de cometer um assassinato: “Pescoço quebrado”, “Penas médias para homicídio e assassinato”, “Dá para matar uma pessoa dormindo e ninguém achar que foi assassinato?”. A tentação de prever comportamentos será irresistível a governos, hackers e funcionários desonestos.
Usando dados extraídos do Facebook de milhões de norte-americanos, a Cambridge Analytics, empresa que trabalhou na campanha do Brexit e de Trump, criou um “perfil psicográfico” dos eleitores antes da eleição. A empresa usou a microsegmentação comportamental para exibir mensagens pró-Trump específicas com as quais eleitores específicos se identificariam por motivos profundamente pessoais. Munido do conhecimento de 150 curtidas, o modelo era capaz de prever melhor que sua esposa ou marido, a personalidade de qualquer pessoa. Com 300 curtidas, a empresa conseguia conhecê-la melhor que ela mesma.
O poder do big data e da inteligência artificial determina o fim da amostragem e das estatísticas. Agora uma empresa pode monitorar o padrão de compras de todos os clientes em todas as suas lojas ao redor do mundo e reagir quase imediatamente com descontos, alterações no estoque, mudanças no layout das lojas e fazer isso 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias por ano.
O conhecimento que elas têm sobre tudo que se passa e que transita nos seus arquivos, e o poder de recursos financeiros absurdamente altos, permitem que se antecipem ao crescimento de concorrentes com irresistíveis propostas de compra como ocorreu com o Facebook adquirindo o WhatsApp e o Instagram e o Google comprando YouTube e Waze.
Haverá espaço para um quinto cavaleiro? As maiores apostas vêm da China com Alibaba, Tencent, Baidu e Didi entre outras, que crescem no mercado imenso e protegido da China, mas já se espalham pelo mundo.
O poder dessas empresas é imenso, mas o mundo começa a reagir com novas legislações.
Sobre o autor:
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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