Por: Evandro Milet
Três grandes movimentos convergem para uma nova economia que marcará o futuro da geração de trabalho e renda: a economia do conhecimento que nasce dos ambientes tecnológicos; a economia criativa que tem sua origem no mundo cultural e a economia ambiental.
A economia tradicional, dividida em indústria, agricultura e serviços será, cada vez mais, transformada pelos conceitos associados aos três temas que têm seus símbolos naqueles precursores caricatos que sofreram discriminação ao anteciparem tendências: o nerd, o bicho-grilo e o ecochato.
A economia do conhecimento defende que o valor dos produtos e serviços estará, em sua maior parte, associado aos intangíveis: marcas, patentes, tecnologia, projetos, logística, engenharia, qualidade, inovação, design, gestão, software e comunicações. Os fatores tradicionais de produção como terra capital e trabalho serão, cada vez mais, ofuscados pelo conhecimento.
No agronegócio, o valor dos produtos tem muito a ver com equipamentos inteligentes, serviços meteorológicos, biotecnologia, novas técnicas de produção, comercialização on-line, logística de distribuição, pesquisa de mudas e variedades genéticas.
A indústria, por sua vez, depende de equipamentos automatizados, projetos em 3D, pesquisa e desenvolvimento, design de produtos e embalagens, novos materiais e agora a nanotecnologia.
Os serviços migram para a grande rede, a Internet, que se espalha por todos os setores inclusive saúde, educação e serviços públicos em geral. Os próprios serviços de TI, executados até agora dentro das empresas, começam a ser oferecidos dentro da rede.
A economia criativa, responsável por 8% do PIB da Inglaterra, abrange as atividades baseadas em idéias, imaginação, criatividade e inovação, incluindo as artes em geral, música, cinema, teatro, televisão e entretenimento mas também esportes, lazer, turismo, publicidade, mercado editorial, arquitetura, educação e moda e se estendendo até as atividades de software e conteúdo para redes.
A economia ambiental, ou mercado ambiental, inclui produtos e serviços associados às tecnologias limpas em energia (eólica, solar, biocombustíveis, etc), reciclagem, agricultura orgânica, destinação de resíduos, gestão de recursos hídricos, construção sustentável, gestão ambiental, mudanças climáticas, florestas renováveis e créditos de carbono, entre outros. Economistas de peso recomendam que o novo Presidente americano use esse mercado para recuperar a economia.
Essas três tendências muitas vezes se superpõem, se conflitam ou são interdependentes, porém moldarão o nosso futuro. O que seria da indústria de equipamentos de som, imagem e computadores sem o conteúdo produzido pela economia criativa? Por outro lado, a sociedade do conhecimento necessita de equipamentos que geram um lixo eletrônico insustentável. O fato é que não se pode imaginar hoje o planejamento de longo prazo de um país ou um estado, sem levar em consideração essas tendências e o seu impacto na vida dos cidadãos.
Fonte: Yahoo! e Eschola.com
*Evandro Milet – Consultor em gestão e inovação