O Fórum Econômico Mundial é realizado todo mês de janeiro em Davos na Suiça, com a presença de inúmeros chefes de estado, empresários, jornalistas e personalidades convidadas para discutir assuntos de grande interesse mundial. O tema central deste ano foi “A quarta revolução industrial”, pelos impactos nos modelos de negócio, nos empregos e na sociedade. Ali foi feita a previsão que o chamado desemprego tecnológico pode provocar a extinção de cinco milhões de empregos nos próximos cinco anos. A grande novidade é que os empregos afetados não serão apenas aqueles menos complexos de baixos salários. Empregos de advogados, médicos, jornalistas e desenvolvedores de software, entre outros, sofrerão também.
Nos Estados Unidos porém, outros afirmam que essa revolução preservará empregos porque, com automação, as empresas ficarão mais competitivas e evitarão perda de mercado para a China, fato que já estaria ocorrendo com a volta de empresas para os EUA.
No Fórum, seu chairman Klaus Schwab disse que uma mudança estrutural acontece hoje na economia mundial, no que seria o início da Quarta Revolução Industrial. Esta revolução aprofundaria a Terceira Revolução, a dos computadores(as primeiras foram a da máquina a vapor e da eletricidade) e novas tecnologias estariam provocando uma fusão dos mundos físicos, digitais e biológicos. Todas as disciplinas, economias e indústrias seriam impactadas, desafiando inclusive as ideias do que significa ser humano.
Será um tempo de grandes oportunidades e ameaças. A eficiência das organizações pode crescer dramaticamente, mas empresas podem ter dificuldade de se adaptar e governos dificuldade de regular, com ameaças sérias à segurança e aumento da desigualdade.
A ameaça chega aos serviços com os software e seus algoritmos que hoje são capazes de dirigir veículos e substituir pessoas em telemarketing ou advogados em pesquisas. Nos EUA, por exemplo, a ideia é colocar no atendimento de telemarketing sistemas como o Watson(sistema de inteligência artificial que derrotou o campeão mundial de xadrez em 1997), capazes de cruzar milhões de informações diferentes(big data), como catálogos, manuais, contratos ou e-mails, para melhorar a taxa de acertos no atendimento.
Uma evidência desse processo é o fato de que as quatro maiores empresas do mundo hoje, em valor de mercado, são Alphabet(Google), Apple, Microsoft e Facebook.
Nesse mundo de robôs, drones, internet das coisas, big data, inteligência artificial, algoritmos, biotecnologia, edição genética, nanotecnologia e neurociências, todos serão afetados. Preparem-se.
Evandro Milet
Consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente aos domingos
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