Reportagens, livros e artigos publicados mundialmente têm demonstrado um crescimento da desigualdade. Uma vertente dessa discussão afirma que os 8 maiores bilionários detém riqueza equivalente a 50% da população e implicitamente condenam essas pessoas como patronos da injustiça no mundo. Mas é justa essa condenação? Entre os oito temos alguns bilionários bem recentes, surgidos do mundo digital: Bill Gates da Microsoft, Mark Zuckerberg do Facebook, Larry Elisson da Oracle e Jeff Bezos da Amazon. Se formos até os 20 maiores aparecerão Larry Page e Sergey Brin da Google. Os outros quatro são Amancio Ortega da Zara, Carlos Slim do grupo Carso (e da Claro no Brasil), Warren Buffett da Berkshire Hathaway e Michael Bloomberg da Bloomberg. A Wikipedia mostra que todos cresceram do nada, começando negócios pequenos que cresceram à custa de muita visão, foco, empreendedorismo e dedicação. Grande parte do valor acumulado é constituído do valor das ações das empresas, calculado pela perspectiva de lucro futuro e não de dinheiro guardado em cofres ou aplicados em bancos. Todos lideram empresas magníficas, empregam muita gente, atendem nossas necessidades com uma inovação constante, nos surpreendendo a todo momento, enquanto lutam para sobreviver. Mesmo caso do maior bilionário brasileiro, Jorge Paulo Lemann, acionista de grandes empresas no mundo. Todos os citados não receberam herança, não consta terem enriquecido com relações clientelísticas e já doaram bilhões para causas nobres. Muitas empresas líderes desapareceram ou encolheram junto com a fortuna dos seus proprietários, como pode acontecer com os atuais bilionários.
Os percentuais que dividem pobres e ricos também enganam. É preciso ter renda e ativos estimados em US$ 71,6 mil (cerca de R$ 220 mil) para alcançar os 10% mais ricos do mundo, o que colocaria no topo da pirâmide muita gente que se acha classe média.
No Brasil, devemos estreitar essa pirâmide, criando igualdade de oportunidades, com educação de qualidade, oferta adequada de saúde pública, habitação decente e exterminando a fome e a miséria. É preciso também que os impostos sejam progressivos, não caiam sobre os mais pobres no consumo, não desincentivem os empreendedores, sejam simplificados, mas também não aumentem mais a carga tributária.
Muitos ficaram ricos desonestamente, herdaram fortunas ou arbitraram os próprios salários milionários como executivos, mas é errado e injusto condenar o empreendedorismo e a iniciativa de alguns, como esses oito e outros que vêm do nada, tentam, inovam e conseguem sucesso arriscando tudo.
Sobre o autor:
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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