Os empregos do futuro estão associados às novas tecnologias que estão cada vez mais rapidamente presentes. Já lidamos com inteligência artificial, robôs, internet das coisas, big data, indústria 4.0, impressão 3D, carros autônomos, edição genética e toda sorte de tecnologias disruptivas, entrando todas ao mesmo tempo na nossa vida. Milhares de startups criam plataformas destruindo as empresas antigas e fazendo revoluções na forma de interação entre as pessoas na vida pessoal e profissional. Esse é o mundo do século XXI onde já entramos atrasados.
Tentando recuperar alguma coisa do imenso tempo perdido, os atores que lidam com o universo da tecnologia e inovação em Vitória conseguiram finalmente, depois de mais de 20 anos, avançar para consolidar o Parque Tecnológico de Vitória em área contígua à Ufes, como é normal em parques mundo afora. Dada a largada com o prédio do Centro de Inovação pela Prefeitura, com recursos federais, avançou-se para consolidar a segunda parte da área, de propriedade privada, para abrigar startups, sediar empresas inovadoras consolidadas, atrair centros tecnológicos de grandes empresas e pessoal técnico de alto nível.
Depois de inúmeras reuniões de discussão da revisão do PDU de Vitória, se consolidou quase unanimemente a ideia de manter a área como exclusiva para atividades tecnológicas, pelo reduzido tamanho em comparação com outros parques pelo país e pela necessidade de finalmente ingressarmos no século XXI. De repente, de dentro da Câmara Municipal de Vitória surge, uma máquina do tempo que pretende nos levar de volta para o passado, ao século XX, ou mais para trás, se possível. Uma proposta esdrúxula, de colocar residências na área, talvez para gerar empregos de pedreiros, porteiros e faxineiros, trabalhos dignos como quaisquer outros, mas longe da necessidade do trabalho que todos imaginamos para nossos filhos e netos e que o futuro exige. O estudo defende a falácia de uma suposta 4ª geração de parques que demandariam uso misto. Ora, isso faria sentido se o parque fosse afastado da cidade e muito maior, não no miolo da cidade. Dessa forma é apenas verdade alternativa, para usar uma expressão da moda.
A tradicional lata de caranguejos já não expressa mais tanta regressão. Isso parece mais com a mitologia grega, onde Sísifo foi condenado, por toda a eternidade, a rolar uma grande pedra até o cume de uma montanha e ela, toda vez, rolava novamente montanha abaixo.
Prefeito, por favor, o seu discurso sobre o Parque, na campanha, foi inequívoco! Afinal, Vitória quer ser uma cidade inteligente ou cidade dormitório?
Sobre o autor:
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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