A transformação digital revoluciona todos os setores e não poderia deixar de atingir o comércio. E o tsunami vem com força. Há previsões de que 25% dos shoppings fechem as portas nos Estados Unidos até 2022, com o avanço inexorável do comércio eletrônico. Quando surgiu a televisão, as novelas repetiam a dinâmica e linguagem do teatro e das novelas do rádio. Com o tempo, criaram a própria linguagem e chegaram ao sucesso, contribuindo para o novo modelo de negócios das redes de TV, com financiamento com publicidade, rede de filiadas, grade de programação, redes abertas e fechadas, desenvolvimento de séries, telejornais especializados até cair também na internet.
O mesmo acontece no comércio eletrônico, que começou imitando as lojas físicas e evoluiu para comparação de preços, diversidade infinita de produtos, sem a restrição de espaço das lojas físicas(a cauda longa), logística eficiente e compras em qualquer horário. Vieram os marketplaces, como Amazon e Alibaba, onde produtores independentes colocam produtos à venda em troca de uma comissão, permitindo que empresas exportem sem montar estruturas de exportação e redes de clientes. Mas tudo evolui para a mobilidade, compras nos smartphones, entregas por drones e pagamento por fintechs. E aparece a realidade virtual, onde um óculos especial permite você imaginar estar dentro de um supermercado, tocando produtos e comprando como se estivesse no local.
E como ficam as lojas de rua e os shoppings? Há que contra-atacar. Essas sobrevivem oferecendo entretenimento, lazer, especialização, interação sensorial, experimentação e socialização, mas a tecnologia também pode contribuir. Big Data, analítica e inteligência artificial para analisar as preferências de clientes e criar um relacionamento pessoal, supermercados sem caixas com cobrança automática no cartão, como, surpreendentemente, a rede Go da onipresente Amazon ou a Zaitt capixaba, ou simplesmente utilizar as ferramentas do marketing digital para atrair e fixar a clientela. Aliás, antigamente dizia-se que um cliente bem atendido contava para três pessoas e um mal atendido contava para doze, pelo boca a boca. Agora, no tecla a tecla, provavelmente um bem atendido conta para cem e um mal atendido conta para mil nas redes sociais. O monitoramento das redes passou a ser fundamental para qualquer comércio ou serviço, seja físico ou digital. A convergência de todos os canais, integrando lojas físicas, virtuais e compradores, no que se chama de omnichannel, é outra grande tendência.
Enfim, depois da tempestade(a crise) vem … a inundação digital.
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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