A força empresarial

O livro “Porque as nações fracassam” dos economistas Acemoglu e Robinson, mostra bem porque alguns países, como Estados Unidos e Austrália, se desenvolveram enquanto outros na América Latina, por exemplo, ficaram para trás. Os países que construíram instituições de baixo para cima, pela associação dos seus colonos, levaram grande vantagem sobre aqueles que receberam instituições prontas de cima para baixo, como aconteceu com as colônias de Portugal e Espanha.

Esse início explica porque a principal pauta de empresários reunidos no Brasil é fazer reivindicações para o governo e não realizar algo independentemente do governo.

De alguma forma, três iniciativas pioneiras, de naturezas distintas, no Espírito Santo caminham nessa direção mais saudável. A primeira é o Espírito Santo em Ação(ESA), movimento empresarial surgido para barrar o descalabro político que achacava empresários, dominava a Assembleia estadual e tornava o governo estadual refém da bandidagem. A iniciativa foi muito bem sucedida e hoje o ESA patrocina projetos de planejamento estratégico como foram o ES2025 e ES2030 e de educação, trazendo casos de sucesso de outros estados como Pernambuco, origem do exitoso Escola Viva em tempo integral. O movimento se espalha articulado com nove associações regionais semelhantes no estado e na iniciativa de preparar jovens como Líderes do Amanhã.

O segundo caso é a iniciativa de 45 empresários ligados ao Sindicato da Indústria de Madeira e Móveis de Linhares e Norte do Espírito Santo (Sindimol), que se uniram a empresários de Aracruz e outros para criar a Placas do Brasil, fábrica de placas de fibra de madeira de média densidade (MDF), insumo principal dessa indústria, com um investimento de R$ 473 milhões. O Espírito Santo tem perto de 800 indústrias moveleiras, com 11 mil trabalhadores e o projeto pretende diminuir o custo logístico para aquisição de MDF na região Sul do Brasil.

A terceira iniciativa é a criação da Escola de Associativismo, idealizada e capitaneada pelo líder empresarial Sérgio Rogério de Castro, tendo como objetivo estimular a educação e a formação dos participantes em associações, bem como a difusão de princípios de eficiência e boa governança para um associativismo de alto nível. O associativismo é muito forte no sul do país, com grande influência de imigrantes europeus e falta essa força na nossa região.

Enfim, o principal motivo para a associação de empresários não precisa ser a cobrança de ações do governo, mas sim a execução de suas próprias ações, sem deixar de reivindicar ou fazer parcerias quando necessário.

Sobre o autor:

Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.

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