Vitória foi considerada pela revista Exame a melhor cidade para fazer negócios. A reportagem
que divulga a matéria ressalta a vocação da cidade para os serviços considerando que não há
espaço físico para indústrias. Embora os grandes investimentos que estão sendo feitos no
Estado não aconteçam na capital, é nela que se instalam muitas das sedes administrativas e
onde esses negócios se conectam com o mundo. Porém para termos uma cidade boa para se
morar, trabalhar, se divertir e visitar faltam projetos que a tornem mais cosmopolita e menos
provinciana, com serviços sofisticados, com equipamentos turísticos que atraiam visitas além
da sua beleza natural, infelizmente pouco conhecida no país. Um grande centro de
convenções, a pouca distância de voo de Rio, São Paulo e BH, onde grandes congressos
profissionais apresentem aos turistas o segredo que nós escondemos, parece que está
encaminhado. Mas faltam equipamentos turísticos que incentivem a permanência nos finais
de semana. Alvissareiras as notícias em jornais sobre um grande oceanário a ser instalado na
capital como um ambiente de visitação e pesquisa, bem como a retomada das obras do Cais
das Artes e a instalação de um grande Parque Tecnológico ao lado da Ufes, projeto circulando
há bastante tempo sem uma conclusão. O Cais das Artes nos coloca no roteiro das grandes
apresentações culturais de qualidade em um grandioso projeto de Paulo Mendes da Rocha,
capixaba considerado o maior arquiteto vivo do país. O Parque Tecnológico, desde que seja de
fato grande e ambicioso e não acanhado e irrelevante, pode colocar a cidade no roteiro dos
grandes centros de pesquisa que chegam ao Brasil e fluem para Rio ou São Paulo.
O Espírito Santo é um estado pequeno, com pouca influência política que percebemos nos
problemas de infraestrutura pendentes, sabendo que, se o caso do aeroporto com o TCU
acontecesse no Rio ou São Paulo, já teria sido resolvido.
Para modificar esse ambiente temos que criar as nossas próprias condições, com um esforço
especial e a capital tem papel preponderante. Deixar de ser uma cidade simplesmente bucólica
para se tornar um centro importante originador de ideias, com equipamentos turísticos
capazes de atrair visitantes, com serviços tecnológicos de alto nível, com uma vida cultural
intensa que faça circular por aqui o que melhor se faça no país e que motive o setor cultural
local a atuar no mesmo nível. O Brasil precisa conhecer o Espírito Santo. Vitória tem que se
apresentar ao país. Eles não sabem o que estão perdendo.
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