O bicho vai pegar

 

A situação está de vaca não reconhecer bezerro. Tudo começou quando entregaram a Petrobras para a raposa tomar conta do galinheiro. Agora o ambiente é de barata voa. O Senador Delcídio não sabia que  quem fala muito dá bom dia a cavalo e morreu com a boca cheia de formiga. O presidente do PT pulou fora com medo de acompanhar morcego e acordar de cabeça pra baixo. Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas. O cheiro de mandato em putrefação atrai urubus e hienas que montaram um plano de governo, prontinho para o caso de o cavalo passar selado. Na economia, que cresce como rabo de cavalo, o ajuste fiscal vai, de grão em grão, com bodes e jabutis, alimentando esse voo de galinha que não nos leva longe.

A Presidente continua fazendo discursos chamando urubu de meu louro e confundindo focinho de porco com tomada. Um tucano de alta plumagem sugeriu que renunciasse em um gesto de grandeza.  Mas é difícil para um peru entender o espírito do Natal. O presidente da Câmara, mais sujo que pau de galinheiro, conhece aquele ninho de cobras como ninguém. Rasteja entre avestruzes com a cabeça enterrada e animais de rabo preso, tentando escapar, ciente que cobra que não rasteja não engole sapo. Haja estômago de avestruz para aguentar. Ainda bem que Deus não dá asa a cobra. O Presidente do Senado, com sete vidas como os gatos, está quieto, sabendo que quem morre de véspera é peru. Afinal, gato escaldado tem medo de água fria. Mas está ligado, porque camarão que dorme o mar leva.

Aécio quer matar dois coelhos de uma só cajadada com uma decisão do TSE, tirando Dilma e Temer. Alckmin quer cozinhar o galo até 2018 e Temer surfa no impeachment, querendo que o mar pegue fogo para comer peixe frito. Ao mesmo tempo evitam chutar o cachorro morto do Lula, ainda sem atestado de óbito, com medo de cutucar a onça com vara curta. É briga de cachorro grande. Outros candidatos ficam de longe, sabendo que em festa de jacu, nambu não pia.

Enquanto isso, o juiz Sérgio Moro, que mata a cobra e mostra o pau, avisa que chegou a hora da onça beber água. Pega as ratazanas e espalha veneno pelos cantos, deixando muita gente feito barata tonta. A esquerda acha que o ovo da serpente está em gestação e engole qualquer sapo e aceita qualquer explicação, por mais implausível que seja, mas não se convence que deu com os burros n’água e terá que pagar o pato.

A ex-nova classe média começa a perceber que deu zebra e vai passar de cavalo a burro novamente na escala social, matando cachorro a grito. A verdade é que o mar não está pra peixe. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

 

Evandro Milet

Consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente aos domingos

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