Humor na Política

 

A política costuma gerar debates acalorados, comentários raivosos e brigas apaixonadas, porém a política também é feita de humor de vários tipos. Demolidor, por exemplo, quando o então candidato Lula destruiu o slogan de Maluf nas eleições de 1989 dizendo que ele era realmente competente porque competia, competia e não ganhava nunca. Maluf porém também tinha as suas tiradas e carimbou o adversário Alckmin, em outra eleição, com o apelido de picolé de chuchu – frio e sem gosto. Leonel Brizola, disputando o governo do Rio com Moreira Franco, apelidou-o de “genro do genro” considerando que ele era genro de Amaral Peixoto, ex-governador fluminense que, por sua vez, era genro de Getúlio, que era a fonte original de votos. O humor pode ser também resignado quando o mesmo Getúlio Vargas dizia de um seu ministério que metade era totalmente incapaz e a outra metade era capaz de qualquer coisa. O jogo de palavras também serve para o Deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas fustigar seus adversários do PT dizendo que o partido tem idéias boas e novas, porém as novas não são boas e as boas não são novas. O humor pode ser uma caricatura em palavras como quando Antônio Carlos Magalhães, no meio de uma briga com o Presidente da Câmara Michel Temer, foi preciso: -“Não me impressiona sua pose de mordomo de filme de terror”. Ou rápido como o deputado mineiro Último de Carvalho rebatendo um rompante do gaúcho Flores da Cunha que dizia que “no Rio Grande só tem macho”: – “Excelência, em Minas é metade macho, metade fêmea, e nos damos muito bem”.Uma imagem bem-humorada pode ajudar perfeitamente a entender uma situação política e a mais eloqüente aconteceu com Ciro Gomes, então Ministro da Fazenda de Itamar Franco, que, ao tentar inutilmente convencer os governadores da necessidade de corte de gastos desabafou: -“É o mesmo que tentar explicar ao peru o espírito do Natal”. Aliás, ele acabou passando pelo papel de peru recentemente, quando o seu partido teve de lhe explicar porque não queria a sua candidatura a Presidente. A decantada esperteza mineira é outra fonte de inúmeras histórias de humor na política e Tancredo Neves participa de várias como a ocasião em que, eleito Governador de Minas, foi abordado por um correligionário ansioso e oferecido lhe perguntando o que deveria responder à sua base que lhe indagava se seria nomeado secretário. A resposta é uma aula: -“Diga que foi convidado e não aceitou”. Situações políticas delicadas acabam também registradas na história pelo seu lado de humor. O Presidente Abraham Lincoln, pressionado por políticos que tentavam convencê-lo a destituir o eficiente e vitorioso  General Ulysses Grant do comando por seu gosto excessivo pela bebida, encerrou a conversa: -“Descubram  a marca de uísque que ele bebe que vou enviar caixas aos meus outros generais”.

Enfim, em tempos de campanhas eleitorais, quando as posições se radicalizam, é bom relembrar um pouco de humor.

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