O ecossistema de inovação do Espírito Santo está em ebulição. Como se fora uma grande startup pegou tração, após muitos anos de MVP, com avanços e pivotagens e começa a escalar. Desde 2018, a MCI- Mobilização Capixaba pela Inovação prepara o ambiente para um novo ciclo econômico do estado.
Coordenada pela Findes, a MCI nasceu de parceria e articulação de representantes do Setor Produtivo (Arcelormittal, Suzano, Petrobras, Vale e EDP); Governo do Estado (Sedes, Secti, Seag, Secult, Seger e Fapes) Instituições (Findes, Sebrae, ES em Ação, TecVitória, Sincades e Vale da Moqueca) e Academia (UFES, IFES, UVV, Multivix, Faesa e Sinepe-ES).
A MCI estabeleceu metas para 2030: Posicionar o ES entre os 5 Estados mais inovadores do Brasil, alcançar 1.000 startups no ES e ter 20% de empresas baseadas em tecnologia e inovação entre as 200 maiores empresas do Estado.
E como alcançar essas metas?
Diversas ações já foram realizadas nessa mobilização: o Findeslab, o programa Centelha, Ino.VC(ArcelorMittal), ES + Criativo(Economia Criativa), e missões a outros ecossistemas de inovação. E outras ações relevantes têm sido feitas pela ACTION(antigo Sindinfo) na formação de pessoal e pelo Base27, como um grande hub que conseguiu atrair para o movimento grande quantidade de empresas(com destaque para a TimeNow e Soma Urbanismo), inclusive um novo ambiente para startups, o Área 9, ocupando um grande espaço na sede da Rede Gazeta.
E há mais coisas acontecendo: o programa Catalisa do Sebrae, o espaço empreendedor Ufes Goiabeiras, a Unidade EMBRAPII de metalurgia e materiais, o Instituto Senai de Tecnologia em Eficiência Operacional, o hub multisetorial no novo prédio HighLine da UVV, o hub Conecta Vila Velha, o FucapeHub, o Polo Zaia da UCL, o Mov.ie da Faesa, o Polo Inova Serra, o Espírito Hub em Linhares, o Ecossistema de Inovação de Colatina, o Ecossistema de Inovação do Norte Capixaba em São Mateus, o Ecossistema Local de Inovação de Cachoeiro, um papel revitalizado do CDMEC-Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico, uma nova postura do sistema Fecomércio e a partida para o grandioso projeto da Cidade da Inovação do Ifes nos antigos galpões do IBC.
Os novos movimentos se somam aos antigos projetos em evolução na pioneira Tecvitória, nas incubadoras do Ifes, nas aceleradoras Brooder, Azys e Start You Up, nas inúmeras empresas tradicionais de TI abrigadas na ACTION e na Assespro e na grande quantidade de startups que alçam vôo animadas pelo sucesso de PicPay, Wine e Zaitt, entre outros.
Os programas de inovação aberta das grandes empresas como ArcelorMittal, Vale, Petrobras, Suzano, Águia Branca, Fortlev, Banestes, EDP, ISH, Samarco e Unimed, entre outras, lançaram no mercado grande quantidade de desafios que vêm sendo trabalhados, com sucesso, por startups daqui e de fora.
Dois programas de massa estão turbinando o ecossistema, o Centelha, capitaneado pela Fapes, elegendo 100 projetos de empresas em um primeiro funil, para chegar a 50 a serem contempladas com recursos e o Funses, com gestão da TM3/ACE, com recursos de 250 milhões do fundo soberano, que começa a investir em empresas e promover mentoria em inúmeras outras startups incipientes.
Os gestores do Funses recebem uma pequena taxa de administração de 2% e uma remuneração de 20% sobre o resultado do fundo que superar IPCA mais 6%(os outros 80% são do governo do estado). Desse modo, seria um tiro no pé, ou no bolso, se houvesse qualquer escolha de empresa por interesse político e não por possibilidade de crescimento e valorização rápida.
A MCI se organiza em seis Diálogos: Talentos, Startups e novos negócios, Comunicações, Habitats, Inovação aberta e funding. Com participação ampla, esses grupos apontam caminhos que desaguam em apoio financeiro de projetos de subvenção econômica com o Funcitec, fundo do governo estadual para inovação.
Um grande desafio será a formação de pessoal técnico, em grande carência em todo o mundo, o que demanda grande mobilização de todo o sistema de ensino.
Temos um grande movimento, que projeta uma posição privilegiada para o ecossistema de inovação capixaba proximamente no ambiente nacional, que mostra ser possível alcançar as ambiciosas metas da MCI e que sinaliza um novo ciclo de desenvolvimento do estado.
Publicado em 23/07/2022 em A Gazeta