O que falta para nosso salto tecnológico?

Em 2003, como Presidente da CDV, trouxe à Vitória o Prof. Sílvio Meira, um dos grandes organizadores do Porto Digital. No almoço, ele disse que nós, no Espírito Santo,  tínhamos uma grande vantagem sobre Recife para organizar o que chamamos na época de Pólo de Software: a presença das grandes empresas, que Recife não tinha. Pouco depois, em visita ao Parque Tecnológico da PUCRS, ouvi com prazer a manifestação do coordenador do Parque enaltecendo Vitória por ser a primeira cidade a dispor de um Fundo de Apoio à Ciência e Tecnologia, o Facitec, existente até hoje.

A pergunta que fica: Por que Pernambuco consegue ter uma grande relevância em tecnologia, Santa Catarina também, e nós ainda não conseguimos?

No fim de 2019, o Porto Digital tinha mais de 300 empresas, institutos de pesquisa, incubadoras, aceleradoras e fundos de investimentos, com um faturamento de R$ 2,3 bilhões e empregando mais de 11 mil pessoas. O parque incluiu depois a economia criativa com jogos eletrônicos, audiovisual, música e design. Abriga o Centro de Informática (CIn) da UFPE, o Instituto CESAR, o Centro de Pesquisa Automotiva do Grupo Fiat, o Innovation Center Recife da Accenture, o Instituto SENAI de Inovação para TIC e o Smart Energy Lab, uma colaboração entre a EDP e a Accenture e o Laboratório de Inovação Digital em Mobilidade Urbana, inclusive com inteligência artificial.

Semana passada, propus aqui uma rede tecnológica como parque, por falta de uma área contígua, e considerando o tamanho da cidade de Vitória. Vale ressaltar que parque não é só para startups, atrai também centros de pesquisa de grandes empresas e a proximidade física também é fundamental para uma polinização tecnológica cruzada feita em restaurantes, cafés e eventos. Essa rede deveria incluir pelo menos toda a região metropolitana, considerando o projeto de parque na região da UCL/Ifes na Serra, várias indústrias inovadoras na cidade, o Campus da UVV em Vila Velha e o Cpid em Cariacica.

O Porto Digital foi criado a partir de um aporte inicial de R$ 33 milhões provenientes da privatização da Companhia Energética de Pernambuco. Nós teremos uma próxima venda anunciada de parte da nova empresa ES gás. Por que não? Seria uma boa oportunidade, além do Funcitec, com milhões já em operação. Não é só dinheiro, mas também é fundamental.

Sobre o autor: Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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