O mundo digital está rapidamente engolindo todos os negócios, todas as profissões e todos os processos em uma velocidade avassaladora. Milhares de startups, como formigas, vão destruindo as bases das empresas tradicionais como fintechs, retailtechs, agritechs, insuretechs, edtechs, healthtechs, construtechs, enfim qualquercoisatech mudando a lógica dos negócios, resolvendo dores dos clientes que se vingam do descaso histórico dos prestadores de serviços. Com seu modo de gestão acelerado, entre MVPs e pivotagens, dão várias cambalhotas nos mercados no mesmo tempo em que empresas tradicionais fazem seus lentos movimentos de SWOT e balanced scorecards.
Grandes empresas tentam acompanhar o ritmo alucinante montando seus laboratórios internos de inovação, ambientes maker, aceleradoras, promovendo hackatons e startups weekends ou comprando startups promissoras próximas ao seu negócio como corporate ventures. O processo de mudança exige dessas grandes empresas novas formas de gestão com menos níveis hierárquicos, menos burocracia interna, enxugamento de processos e digitalização de tudo. Muda a forma de vender com e-commerce e marketplaces, muda o marketing para digital, muda a produção com internet das coisas, muda a relação com clientes com big data e analytics e muda o perfil dos talentos que querem autonomia e propósito.
Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo na operação, ganha importância o papel estratégico dos Conselhos de Administração(CA) na gestão de riscos, o maior deles: o desaparecimento; na gestão dos talentos que já não se prendem às empresas e na estratégia de transformação digital com seus novos indicadores que pedem experimentação e agilidade, que não faziam parte dos KPIs tradicionais..
Alguns CA têm perfis exclusivamente técnicos e operacionais e outros têm perfis majoritariamente financeiros. Não resolvem mais. O CA deve mesclar experiências distintas, alguns com visão financeira e outros com ênfase em tecnologia e mercado e com a alma digital.
Drucker dizia com razão que a cultura come a estratégia no café da manhã. Implica na necessidade de implantar uma cultura de inovação na empresa, com um propósito, ética e liberdade que atraiam os talentos transformadores que querem muito mais que salários ou ambientes descolados. Essa base cultural é fundamental para fazer movimentos estratégicos rápidos e vencedores e enfrentar a horda fustigante das techs que atacam por todos os lados, devorando negócios e mercados, como já fizeram com os táxis, hotéis, música, filmes, livrarias e agências de turismo. Quando será a sua vez?
Sobre o autor: Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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