A casa dos meus pais sempre foi cheia de livros. Clássicos, policiais, aventuras, romances, economia, política, história, esotéricos, eróticos, biografias, best-sellers ou não. Por consequência, na minha casa e na dos meus três irmãos há sempre uma estante para guardar, com muito ciúme, tudo que já lemos ou tudo que compramos e nunca lemos porque a compulsão de ler é sempre maior que a capacidade real. Acrescente-se os títulos de inovação e gestão que a atividade profissional obriga.
Com o grande aumento dos títulos publicados atualmente é uma tortura e uma frustração visitar uma boa livraria, como a Travessa no Rio, e perceber que não conseguirá ler tudo o que gostaria. Pena não termos em Vitória uma livraria desse padrão e tamanho, para servir inclusive de lazer para quem gosta de folhear e ter pelo menos uma ideia daquilo que não terá tempo ou gosto de ler. Aliás, como dizia Stanislaw Ponte Preta: “Basta ler meia página do livro de certos escritores para perceber que estão despontando para o anonimato.”
Tenho tentado o e-book, principalmente para aproveitar a mágica atual de comprar um livro na Amazon no mesmo momento que ele é lançado mundialmente. Mesmo acompanhando tudo o que acontece no mundo da tecnologia, não deixo de me impressionar com certas coisas. Mas falta algo no e-book para ter o encanto do livro físico, ou é questão de costume mesmo. É sempre um prazer organizar os livros em casa por tema, tarefa aliás que nunca termina porque a gente acaba se distraindo ao rever um que dá saudade e pára por ali mesmo folheando. Já tentei pedir para minha funcionária passar um pano e arrumar os livros na estante. Infelizmente, para meu desespero, ela organizou todos pela cor da capa: os vermelhinhos todos juntos, depois os azuizinhos e assim por diante.
É um prazer também tentar transformar em artigos e crônicas aquilo que já lemos ou vivemos e um dos planos para 2019 é juntar tudo, ou parte, do que já escrevi aqui em A Gazeta em um livro. Uma vaidade talvez, mas gosto do que disse o grande Jorge Luis Borges: “Que os outros se orgulhem das páginas que escreveram. Eu me orgulho das que li.”
Dizia o jornalista Telmo Martino que “Tudo que é fácil de ler é difícil de escrever – e vice- versa.” Escrevendo e reescrevendo cada texto aqui vem sempre essa frase à mente junto com outra de Mário Quintana: “Estilo é a deficiência que faz um sujeito escrever sempre do mesmo jeito.” Longe de querer comparar, é um exercício gostoso tentar escrever simples e diferente. Acaba sendo um grande prazer estar aqui com vocês todos os domingos. Feliz 2019.
Sobre o autor:Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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