No livro “ O Triunfo das cidades”, Edward Glaeser, professor de Harvard, constata que toda a humanidade caberia no Texas, cada um na sua própria casa. Por que então 243 milhões de americanos se aglomeram em apenas 3% do território que corresponde à zona urbana?
O autor conta a história das cidades de sucesso no mundo e os fatores que motivam essa atração. Analisa como as cidades exercem influência e são influenciadas pelas questões de educação, saúde, meio ambiente, mobilidade, globalização, segurança, emprego e qualidade de vida.
As cidades ao longo da história têm sido os motores da inovação: Atenas, Roma, Bagdá, Florença no renascimento, Birmingham e Manchester na revolução industrial ou Nova Iorque agora. Uma razão desse sucesso é que o conhecimento é mais facilmente gerado quando as pessoas estão mais próximas de outras. A vida em grupo, versão primitiva da vida na cidade, definiu o cenário para a evolução humana.
Na comparação entre o declínio de Detroit e o sucesso de Nova Iorque ele conclui que as cidades prosperam quando possuem muitas pequenas empresas e cidadãos qualificados. O capital humano explica quais cidades terão êxito. Entre 1970 e 2000, a população das regiões onde mais de 10% da população adulta possuía grau superior cresceu em 72%, enquanto a população daquelas áreas onde menos de 5% das famílias possuía curso superior cresceu 37%.
Cidades como Los Angeles, feitas para automóveis, impõem custos ambientais para todo o planeta. O autor considera o slogan dos ambientalistas como insensato: “Pensar globalmente, agir localmente”. Um bom ambientalista requer uma perspectiva mundial e uma ação global. Se as emissões de carbono da China e Índia subirem ao nível dos EUA, a emissão global aumentará em 129%. Se pararem em níveis franceses, aumentará somente 30%.
O movimento NIMBY(“Not in my backyard” ou “não no meu quintal”) reflete a atitude das pessoas que, por exemplo, rejeitam novas construções nas áreas onde moram. Isso provoca o crescimento de áreas mais distantes, que exigirão o uso de automóveis, mais emissões de carbono e nova infraestrutura. Na década de 1970, Jane Jacobs argumentou que poderíamos minimizar o dano ao meio ambiente nos agrupando em arranha-céus e caminhando para o trabalho.
O modelo americano de vida em subúrbios, dependentes do automóvel é hoje politicamente incorreto. As cidades são muito melhores para o meio ambiente do que a vida no campo. Nós queimamos florestas e petróleo, e inevitavelmente prejudicamos a paisagem que nos cerca. Como diz o autor: “Se você ama a natureza, fique longe dela”.
Sobre o autor:
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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