O armazenamento ilimitado e gratuito de dados alcançará 90% das pessoas até 2025. Isso é consequência da redução exponencial do custo de memória. Mas na internet também não existe almoço grátis. O Google pode ver o que as pessoas pesquisam, o Facebook o que elas compartilham e a Amazon o que elas compram. Toda atividade que você faz cria um rastro digital. Se serviços são oferecidos de graça, muitos deles baseados em seus dados pessoais, nos dados gerados pelos produtos e serviços que você compra ou usa e no seu rastro digital, então o produto é você e é aí que eles ganham.
Os dados são o petróleo do século XXI. Essa nova commodity criou uma indústria altamente lucrativa, dominada pelas que são hoje as maiores empresas do mundo e motivo de preocupação para os órgãos antitruste do mundo. Um século atrás essa preocupação aconteceu com a indústria do petróleo(Standard Oil) e alguns anos depois com as telecomunicações(AT&T), que foram obrigadas a se dividir.
Os serviços oferecidos por Google, Amazon, Facebook, Apple e Microsoft são realmente excelentes e não abrimos mão de ter acesso a eles(lembrem do WhatsApp fora do ar). Mas há perigos. Essas grandes empresas podem prever o que você vai fazer ou em quem vai votar, o que você quer comprar ou o risco de você ter uma doença com base nas suas postagens e dados pessoais. O mesmo se dá em relação às empresas. Podem saber quais startups começam a crescer rapidamente, prever sua valorização e fazer ofertas de compra.
Independentemente das grandes, todas as empresas devem procurar colher e processar os dados do seus clientes e dos seus mercados. Algoritmos de inteligência artificial e machine learning podem trabalhar sobre o big data fazendo analytics e oferecendo informações para a estratégia das empresas. As profissões de matemático e estatístico estão em alta, transformadas em cientistas de dados, com conhecimento específico para processar o que de relevante transita na rede.
Há estimativas de que um carro autônomo gere 100 gigabytes de dados por segundo. As empresas de seguro poderão usar esses dados para criar apólices individualizadas subvertendo todo o processo atual, mesmo para carros com motorista.
Os bancos poderão avaliar a capacidade de crédito dos clientes com muito maior precisão, isto é, os que sobreviverem à revolução das fintechs. O comércio poderá prever o comportamento dos seus clientes, mas também será transformado pelo comércio eletrônico e pela tendência de desaparecimento dos intermediários. Parafraseando aquele conhecido filósofo alemão: “Tudo que é sólido se desmancha na rede”.
Sobre o autor:
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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