Pauta aberta

No Brasil das corporações, dos governos grandes e ineficientes, dos penduricalhos do judiciário e dos legislativos, a discussão de muitos temas ainda é um tabu, mascarados durante muito tempo, principalmente nos últimos 14 anos, quando o palanque substituiu a racionalidade. Hoje os jornais trazem debates abertos sobre o país da meia entrada, onde se alguém paga meia entrada significa que alguém está pagando em dobro. Qual a lógica de vereadores remunerados em cidades pequenas? Projetos mal planejados, mal avaliados, tocados por iniciativa política, começam a ser questionados. Isso aconteceu com grandes projetos na ditadura como o programa nuclear e a ferrovia do aço e mais recentemente com refinarias em Pernambuco – cujo custo pulou de 2 para 20 bilhões -, no Maranhão e no Ceará.

A ineficiência dos serviços públicos em geral e seu alto custo, tem a ver com interferências políticas indevidas, despreparo de funcionários, apesar da dedicação de muitos, falta de meritocracia e de gestão adequada. Vamos discutir estabilidade generalizada de servidores públicos, assim como os valores de aposentadoria já estão sendo esquadrinhados.

É perfeitamente razoável propor políticas industriais, incentivos e subsídios, desde que justificados, para a atração de novos empreendimentos ou inovação e seguidos de avaliações realistas de resultados. Não cabe o nível de subsídios dados pelo governo passado, através do Bndes, em volume tal que provocou um desequilíbrio nas contas públicas, com desemprego e recessão. As facilidades oferecidas para alguns freiam o desenvolvimento do mercado de capitais, oneram o tesouro, dificultam a queda de juros para todos, além de abrir o campo para corrupção.

É ótima notícia a privatização da Eletrobrás, canibalizada pela gestão irresponsável e atitude eleitoreira da Dona Dilma, pretensa entendida em energia, presidente do Conselho da Petrobras durante todo o período da rapinagem na empresa.

Por que as ações da empresa valorizaram 50% imediatamente após o anúncio? Porque o mercado antecipa que a empresa vai melhorar a gestão, se tornar mais eficiente e lucrativa. Não terá mais amarras nas licitações e poderá contratar, demitir e remunerar pessoal de acordo com avaliações profissionais e meritocracia. A privatização vai evitar o loteamento político em inúmeras diretorias com pessoas pouco qualificadas, indicadas por políticos sem compromisso com a eficiência e, muitas vezes, com interesses escusos.

Tudo tem que ser questionado, a pauta de debates escancarou. Esse é o melhor antídoto para a superficialidade de demagogos e populistas.

Sobre o autor:

Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.

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