O salto da Ufes

É excelente a notícia de que a UFES pretende se colocar entre as 10 melhores universidades do país dentro de 5 anos, como meta do seu Plano de Desenvolvimento Institucional atualmente em elaboração.

O RUF(Ranking Universitário Folha) é uma avaliação anual do ensino superior do Brasil feita pela Folha de São Paulo desde 2012. No ranking estão classificadas as 192 universidades brasileiras, públicas e privadas, a partir de cinco indicadores: ensino, pesquisa, mercado, inovação e internacionalização.

O RUF coloca a nossa principal universidade em 31º lugar, atrás das Federais do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pará, entre outras, em uma posição que não condiz com a nossa posição relativa no PIB dos estados(11º). O ranking é semelhante a outros rankings internacionais, onde o Brasil consegue apenas duas inclusões, a USP e a Unicamp, entre as 400 melhores universidades do mundo – o que piora a situação.

O indicador qualidade do ensino considera a proporção de mestres e doutores, a proporção de dedicação integral, a nota no Enade(Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) e a avaliação de 611 professores escolhidos pelo MEC. A qualidade da pesquisa verifica, entre outros ítens, trabalhos publicados, citações em artigos e captação de recursos. A avaliação do mercado é feita numa pesquisa com 1970 responsáveis por contratações de profissionais no mercado. A inovação mede a quantidade de pedidos de patentes e a internacionalização considera a publicação em coautoria internacional e as citações em pesquisas internacionais.

Nesses critérios chama a atenção a 66ª posição na qualidade do ensino, prejudicada pelo 132º lugar na avaliação do Enade e a 48ª posição em inovação.

Uma boa classificação provoca externalidades positivas. A localização de grandes investimentos é decidida hoje considerando se existe uma boa universidade na região. As boas universidades atraem bons professores mas também atraem os bons alunos de todo o país, interessados em um diploma valorizado pelo mercado de trabalho; e é fato que bons alunos ajudam a elevar o padrão dos cursos.

Alguns critérios importantes hoje ainda não são considerados no ranking, como a ênfase no empreendedorismo(a UFES não tem uma incubadora de empresas), a capacidade de prestação de serviços técnicos de forma profissional(muitos professores ainda rejeitam a parceria com empresas) e a integração com a comunidade onde está inserida(esta deficiência é sentida no meio empresarial).

Os capixabas gostariam de conhecer as ações propostas pela UFES para ficar entre as 10 melhores universidades do país em 5 anos.