Empresário não é trabalhador?

O Brasil tem oito milhões e 900 mil micro e pequenas empresas, que representam nada menos do que 99% de todas as empresas do País. Geram riqueza equivalente a 27% do PIB, são responsáveis por 52% dos empregos com carteira assinada e pagam 40% dos salários.

Apesar dos números contundentes na geração de empregos, a esquerda continua a tratar qualquer empresário com termos depreciativos como patrões ou capitalistas, carregando na memória ainda o ranço contra a iniciativa privada que vem lá do Manifesto Comunista de Marx e Engels em 1848. Olha apenas o lado do empregado e desconsidera, solene e estupidamente, o papel do empreendedor, que assume riscos, toma iniciativas, busca oportunidades e abre o caminho para a geração de empregos e o avanço das inovações e da produtividade. Apegada ao século 19, não considera nem esse mar de pequenos empresários como trabalhadores. Deve achar que são capitalistas vagabundos e exploradores. Continua a acreditar que o governo é o motor da economia e que os empregos públicos devem ser ampliados.

Nada mais ultrapassado. Governos grandes geram burocracia paralisante, dificultam a execução de ações, cada vez mais monitoradas por órgãos de controle super equipados. Nem que seja por pragmatismo, não é possível mais acreditar que governos consigam ser mais eficientes que a iniciativa privada. Cabe aos governos regulamentar e fiscalizar, mesmo assim sem inventar demais e simplificando procedimentos. Governos grandes acabam incentivando a corrupção e comendo cada vez mais impostos. Sufocam a iniciativa privada e o bolso dos consumidores e prejudicam a geração de empregos, a produtividade e a competitividade do país.

Finalmente vai ser modernizada a CLT, legislação copiada de Mussolini, que morreu pendurado de cabeça para baixo em praça pública em Milão em 1945. O movimento sindical, para ter apoio das bases, só trata dos que estão empregados e despreza solenemente os 14 milhões de desempregados e os 10 milhões de trabalhadores informais. Juízes do trabalho, sindicalistas e estudantes, que nunca tiveram de arriscar criar uma empresa, gerar empregos e correr atrás de clientes para pagar salários, comandam as críticas à reforma trabalhista alegando que tira direitos dos trabalhadores. Mas não li ainda um artigo convincente mostrando quais são os direitos retirados. Fica só na palavra de ordem para encobrir o desespero verdadeiro: o fim da boquinha do imposto sindical obrigatório que paga a mortadela e alimenta a aberração de 17.000 sindicatos e a redução radical do número extravagante de ações trabalhistas.

Sobre o autor:

Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.

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