A greve do dia 28 foi o grande encontro do corporativismo com o oportunismo, contra o desenvolvimento do país e a geração de empregos. O Brasil tem 15.000 sindicatos de empregados enquanto os Estados Unidos tem 130 e a argentina 91. Existe até um sindicato dos empregados em entidades sindicais. Vivem às custas do imposto sindical, agora extinto segundo o projeto aprovado. Interessante que Lula, quando sindicalista, defendia o fim do imposto sindical. A lógica é que depender de recursos arrecadados compulsoriamente dos trabalhadores não dignificava a luta sindical. Se o sindicato é legítimo representante dos trabalhadores conseguirá arrecadar recursos espontaneamente e acabar com essas centenas de sindicatos pelegos que tiram 2,1 bi por anos dos trabalhadores.
A Justiça do Trabalho, com 3 milhões de ações trabalhistas por ano, também tem todo interesse em manter a situação que sustenta uma rede imensa de assessores, advogados e mordomias, além de prédios imensos. Somente o prédio em construção do TRT em Vitória terá 16 andares. Aliás, sendo aprovada a nova lei, que reduzirá muito o número de ações na justiça, recomenda-se que o TRT desista dessa obra, venda o prédio e se instale em ambiente mais modesto.
Políticos de oposição viram na discussão a oportunidade de apagar da memória da população o desastre do governo Dilma, refletido na derrota acachapante das eleições de 2016. Procuram, de má-fé, jogar a conta da recessão no colo do governo Temer, que tenta apenas tirar o país do imenso buraco cavado irresponsavelmente por Lula e Dilma.
Funcionários públicos que recebem aposentadoria integral querem manter o privilégio participando de um convescote ideológico junto com os trabalhadores que se aposentam pelo INSS. Surreal!
Alguns alegam que o país viveu um ambiente de quase pleno emprego em 2010 sem precisar mexer na CLT. Sabe de nada, inocente! Isso só aconteceu por uma conjunção favorável de planetas, que colocou o preço de todas as commodities em níveis altíssimos simultaneamente. Uma situação insustentável no longo prazo e completamente irreal hoje. O país não aproveitou para aumentar sua produtividade e a competitividade internacional e surfou na maionese. A legislação trabalhista atual não incentiva os empreendedores a montar negócios que encham esse mar de lojas e salas vazias, nem que aumentem a produção industrial. Essa é a greve que tira a esperança de 13 milhões de desempregados e 10 milhões de trabalhadores informais de conseguir uma carteira de trabalho. Vamos parar de brincar com a população mais carente. Vamos trabalhar!
Sobre o autor:
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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