Inteligência artificial

Quando perguntaram ao grande mestre holandês do xadrez Jan Donner como ele se prepararia para uma partida contra um computador, ele respondeu: “Eu levaria um martelo”.

Esse é o sentimento no mundo do xadrez desde que o computador Deep Blue da IBM derrotou o campeão mundial Garry Kasparov em 1997. E isso foi apenas o começo da trajetória pública da chamada inteligência artificial(IA) que atingiu níveis impressionantes hoje, principalmente no que se chama de aprendizagem profunda. Profunda porque conseguiu, com a velocidade atual dos computadores, simular a rede de neurônios que funciona no neocortex, onde se dá a formação do pensamento. O software consegue agora reconhecer sons e imagens à beira da perfeição. As implicações disso são inúmeras. O reconhecimento de voz, em linguagem natural, com sotaques e ruídos ambientes, e a tradução instantânea sinalizam a oportunidade de conversarmos diretamente com qualquer pessoa em qualquer língua e abre inúmeras possibilidades de negócios, turismo e relacionamentos.

O reconhecimento de imagens permite, além do reconhecimento facial já disponível até no Facebook, perceber o humor e a satisfação das pessoas ao sair de uma loja, por exemplo, ampliando a possibilidade de relacionamento comercial. Permite também que automóveis sem motorista reconheçam pessoas ou animais atravessando a pista, semáforos, esquinas e outros veículos, viabilizando uma forma de transporte que, acreditem ou não, irá se popularizar na próxima década. A proliferação de câmeras pelas cidades, com essa capacidade, aumentará muito a segurança pela imediata reação do software a uma situação de perigo e a identificação automática de criminosos.

Na medicina, algoritmos lêem imagens médicas de ressonâncias e tomografias, e emitem laudos com mais precisão que os especialistas – e isto já está acontecendo em testes avançados, não é coisa de futuro.

Algoritmos sofisticados já conseguem escrever um texto em qualquer estilo. Um teste feito pelo jornal New York Times demonstrou ser impossível distinguir, entre dois textos, qual foi escrito por um ser humano e qual foi produzido por IA. Uma empresa especializada na geração automática de textos prevè que ainda na década de 2020, 90% das notícias poderão ser geradas por algoritmos, a maior parte delas sem intervenção humana. Esses robôs podem escrever linhas de texto que rimam, mas felizmente ainda não se viu uma máquina realmente criativa capaz de redigir um verdadeiro poema, o que dá uma esperança para a humanidade que haverá lugar para nós nas tarefas criativas – pelo menos por algum tempo.

Sobre o autor:

Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.

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