Em Florianópolis, numa área de 4,3 milhões de m², está sendo construído o Sapiens Park, parque tecnológico voltado para abrigar empresas e empreendimentos inovadores, principalmente nas áreas de Energia Sustentável, Economia Criativa, Ciências da Vida e Tecnologias da Informação e Comunicação(TICs).
Na outra ponta do país, no Recife, outro parque tecnológico, o Porto Digital, abriga hoje 250 empresas e instituições dos setores de TIC e de Economia Criativa. O parque conta com duas incubadoras, duas aceleradoras e duas unidades avançadas nas cidades de Caruaru e Petrolina. O conjunto das empresas no parque faturou nos últimos três anos mais de R$ 1 bilhão, sendo 65% com contratos fora do estado. Trabalham hoje no Porto Digital 7.100 profissionais altamente qualificados, dos quais 500 empreendedores. Dezenas de empresas de outros estados se instalaram no parque e a expectativa é que até 2020 cerca de 20.000 pessoas trabalhem ali e nas suas unidades no interior. O Porto Digital é consequência de uma política pública para inserir Pernambuco no cenário tecnológico e inovador do mundo. e contou, no seu início, com R$ 33 milhões do Governo do Estado.
Esses dois exemplos, entre muitos outros que acontecem no Brasil e no mundo, mostram como estão fora da realidade alguns que ainda argumentam que não são mais necessários parques tecnológicos físicos, porque todas as interações se dariam em forma virtual pela internet. Steve Jobs era um entusiasta de encontros ao vivo no imenso parque tecnológico em volta da Universidade de Stanford: “Existe uma tentação na era digital de pensar que as ideias podem ser desenvolvidas por email. Loucura. A criatividade vem de encontros espontâneos. A gente encontra alguém por acaso, pergunta o que anda fazendo, diz uau e logo começa a borbulhar todo tipo de ideia.”
Enquanto isso, em Vitória, no Conselho do PDU, aparecem propostas acanhadinhas de reduzir a pequena área de 330.000 m² reservados para o Parque Tecnológico de Vitória, ao lado da Ufes, para dar lugar a prédios residenciais. Apartamentos geram IPTU, mas não geram outros impostos e nem receitas, não empregam pessoal de nível superior e pós-graduação e não atraem empresas e profissionais qualificados de outros estados.
Temos de lutar pelo sonho de termos aqui cidades inteligentes e criativas, geradoras de conhecimento, que criem oportunidades de alto nível para que nossos filhos e netos queiram viver aqui.
O PDU não pode se transformar em Plano Destruidor de Utopias, um verdadeiro assalto ao futuro. Não podemos deixar que a desinformação vença o conhecimento.
Sobre o autor:
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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