Uma boffetada na realidade

No artigo “Dez possíveis lições após o impeachment” em 10/10/2016, Leonardo Boff nos apresenta, de fato, a ideologia do desastre do governo Dilma(e não toca em corrupção e nem em descontrole de gastos!). A 1ª lição é resistir e que o PT faça uma autocrítica. Difícil, considerando que já estão com a costumeira desonestidade intelectual jogando a culpa do descalabro no novo governo que mal começou. A 2ª prega uma democracia nas ruas contra a “democracia de baixa intensidade” do Congresso – postura tipicamente fascista. A 3ª propõe uma coalizão de governantes com movimentos sociais. Imagino que a inspiração seja a Venezuela, onde governante conversa com passarinhos e falta papel higiênico, apesar de toda a merda que fizeram. A 4ª diz que o “neoliberalismo atenuado” de Lula e Dilma foi bom mas ficou insustentável. É de chorar!

A 5ª lição diz que os governos petistas cuidaram das escolas técnicas e universidades mas deixaram a desejar na educação e saúde. A penúria das universidades federais é testemunha desse cuidado, mas há um pouco de lucidez na afirmativa sobre o desastre na educação e na saúde. A 6ª propõe apoiar manifestações e greves. Imagino que inclua as que atrapalham o direito de ir e vir, fechando ruas, parando ônibus dos trabalhadores e deixando estudantes meses sem aula. A 7ª sugere colocar sob suspeita tudo que vem de cima. Está explicado porque não assinaram a Constituição, votaram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e foram contra o Plano Real. A 8ª propõe uma biocivilização. Pelo menos a preocupação com o meio ambiente é uma causa nobre, embora preconize uma conjugação de forças pela utopia que passa ao largo das eleições e da importância de gerar riquezas ao demonizar o mercado. A 9ª propõe juntar todos os guetos e viúvas do PT para implantar a utopia.  A 10ª prega a “radicalização da democracia” ou um ecossocialismo que não o totalitarismo da Rússia nem o socialismo desfigurado da China(o desfigurado é o atual que tirou 300 milhões da pobreza e não o de Mao que matou 50 milhões!), mas que vise realizar o sonho de cada um dar o que pode e receber o que precisa, ou nas palavras não citadas do Manifesto Comunista “de cada um conforme sua capacidade e a cada um conforme sua necessidade”. Incrível ler isso 27 anos após a queda do muro de Berlim.

E encerra brilhantemente o texto citando Mao: “Se quiser dar mil passos comece pelo primeiro”. Lição aprendida pelo povo brasileiro que deu o primeiro passo ao apoiar o impeachment nas ruas para em seguida colocar esse pensamento no seu devido lugar nas eleições municipais.

Sobre o autor:

Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.

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