O automóvel é agora um computador sobre rodas, pois sua parte eletrônica representa 40% do custo total. Essa verdade está motivando Apple e Google a serem os próximos fabricantes de automóveis. Fabricantes não. A tecnologia e o software podem vir a ser estrategicamente mais relevantes que a fabricação em si, como acontece hoje com os computadores que são produzidos na China a partir de projetos do Vale do Silício.
A Google já mapeou as ruas e estradas do mundo todo e já tem portanto a base para guiar os seus carros sem motoristas, orientados por algoritmos de inteligência artificial capazes de identificar e reagir a cada obstáculo que aparece na rua e portanto mais seguros. Pesquisa feita pelo Fórum Econômico Mundial com 800 especialistas em Tecnologia da Informação mostrou que 79% deles acreditam que até 2025(logo ali), carros sem motorista serão 10% de todos os automóveis em uso nos EUA. Não é de espantar que os fabricantes tradicionais e até o Uber estejam experimentando essa tecnologia, enquanto a Ford pretende montar um serviço semelhante ao Uber. Por outro caminho, a Tesla aposta no carro elétrico,também sem motorista, no melhoramento das baterias e até na colocação de painéís solares no teto, para o automóvel gerar sua própria energia. É briga de gigantes.
Mas sempre tem os desmancha-prazeres. Em 2015, dois hackers demonstraram poder invadir o sistema de um carro em movimento e controlar seu painel, direção e freios – cenário de ficção científica de terror.
A mesma pesquisa citada mostrou que 84% dos entrevistados acreditam que até 2025 será produzido o primeiro automóvel impresso em 3D. Essa tecnologia, mais formalmente chamada de fabricação aditiva – porque na verdade não existe uma impressão, mas um depósito gradativo de material – já está sendo usada para imprimir peças sobressalentes de automóveis, aviões e armas, turbinas eólicas e brinquedos. Imagina-se que, um dia, peças poderão ser impressas em casa pelos usuários. Afinal o custo da impressão 3D já caiu vertiginosamente e vai continuar caindo.
Na mesma pesquisa citada, 67,2% dos especialistas acreditam que até 2025 mais da metade dos trajetos serão feitos por serviços compartilhados, tipo Uber, no lugar de carros particulares. Isso pode reduzir bastante a necessidade de estacionamentos e melhorar a mobilidade urbana fazendo conexões com estações de metrô mais espaçadas e baratas.
Esses movimentos devem evitar o que já era considerado como inevitável, que cada automóvel fosse obrigado, à semelhança dos cigarros, a vir com um aviso na lataria: “automóvel faz mal à saúde”.
Sobre o autor:
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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