No almoço da Confraria do Jacaré, amigos imaginaram a Vitória dos sonhos. Retomar o equilíbrio fiscal, ajustando a quantidade de funcionários e pensar como aumentar a receita municipal seriam os primeiros pontos. As áreas vazias da cidade deveriam abrigar empreendimentos geradores de empregos de alto nível e ISS e não só IPTU, como as atividades nobres de tecnologia e turismo. O Centro de Eventos, que não anda, deveria ter uma arena para abrigar os imensos congressos da área médica e de outras áreas, que enchesse os hotéis. O aeroporto é fundamental, com mais pátio para as aeronaves haveria mais voos para cá. Empresas de base tecnológica seriam turbinadas com o Parque Tecnológico de Goiabeiras ao lado da Ufes, que deveria se entrosar mais com a cidade. Os galpões do IBC, em Jardim da Penha, deveriam ter uma utilização nobre na área cultural ou tecnológica, em lugar de guardar sacas de café, mas se deixar cada comunidade decidir não acontece nada, ainda mais com uma burocracia paralisante. Somos 320.000 habitantes, mas a cidade tem movimento diário de quase um milhão. Gostaríamos de ter uma cidade bucólica e provinciana ou uma cidade criativa, dinâmica e movimentada, agitada à noite, capaz de atrair jovens, artistas, intelectuais? Mas como, se não se pode fazer um ruido à noite e nem abrir supermercados aos domingos? O charme do centro da cidade pede um projeto que não seja careta. O Cais das Artes é equipamento fundamental de uma economia criativa e ao lado, na Praça do Papa sem graça, poderíamos ter mais restaurantes e uma marina para abrigar barcos que transitam entre Rio e Bahia. Seria um waterfront como na Cidade do Cabo e um agito como Barcelona, afinal estamos também à beira do mar, mas de costas para ele. Teria de ser resolvido o pó de minério e o saneamento básico que limpasse as praias para moradores e turistas.
A divisão da cidade pela Leitão da Silva entre uma parte pobre e uma rica não pode continuar a existir. Esse lado da ilha é belíssimo com o acesso à Fonte Grande e a vista do manguezal que deveria ser roteiro turístico. Uma ciclovia contornando a ilha daria um aspecto moderno e bonito a uma cidade que já é bonita por natureza. A mobilidade dentro da cidade não seria problema se os semáforos fossem inteligentes e não se fechassem cruzamentos em momentos de pico. Uma cidade que tem a maior renda per capita entre as capitais deveria ter o melhor sistema de ensino do país pelas avaliações.
Para isso tudo é preciso gestão, liderança e visão estratégica de futuro, antenada com o mundo. Vamos sonhar e cobrar dos candidatos.
Sobre o autor:
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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