O problema do nosso tempo é que o futuro não é o que costumava ser, disse o poeta Paul Valéry. Depois da internet e das redes sociais as crianças não brincam mais como brincavam, os adolescentes não interagem mais como faziam, os adultos não se divertem mais do mesmo jeito, os profissionais não trabalham mais da mesma maneira.
Ficamos conectados permanentemente, podemos saber qualquer coisa, ler todos os livros, ouvir todas as músicas, ver todos os filmes.
E o que vem mais por aí? Como mudarão as coisas?
As máquinas começam a enxergar, a ouvir e entender o que falamos, a aprender as coisas e o pior, começam a pensar com deep learning (aprendizagem profunda). Na indústria 4.0 robôs trabalham ao lado de humanos aprendendo e repetindo o que eles fazem. Teremos de redefinir o que é um ser humano(tudo bem que alguns já merecem).Tudo acontecerá no smartphone, embutido nas roupas, nos óculos ou em um chip debaixo da pele ou conectado ao cérebro. Com big data e reconhecimento facial não vamos mais ter aquele sufoco de ser cumprimentados e não lembrar da pessoa. Aliás, vamos saber quem é qualquer um na rua, como Tom Cruise em Missão Impossível. Ninguém vai errar mais o teste que as mulheres fazem para dizer o que elas tem de diferente hoje(o cabelo cortado), comparando a imagem com outras anteriores. Vamos saber com um piscar de olhos qual a pontuação Robert Parker daquele vinho. Qualquer um, em qualquer país, vai nos entender por tradução automática. Vai acabar o mico de imitar galinha para pedir um frango no restaurante ou comer aquela comida horrível que você pediu achando que era outra coisa. Os hackers vão poder colocar vírus no seu chip e obrigar você a fazer coisas estranhas como colocar gelo no chopp ou torcer para o Vasco. Com tudo conectado as máquinas saberão tudo de você: comidas, remédios, horários, viagens, cacoetes, grupos de WhatsApp, os livros que lê(que partes pulou ou demorou mais, que horário costuma ler – os livros vão ler você!). Sabendo tudo isso elas podem adivinhar o que você vai fazer em cada situação. Pode ser constrangedor e perigoso.
A internet das coisas vai colocar chips em todos os objetos e eles vão ver tudo, conversar entre eles à sua revelia e decidir o que contar para você. A geladeira pode combinar com a balança para não abrir e os óculos podem pedir ao carro sem motorista ou ao drone para buscá-lo onde foi esquecido. Poderão gravar tudo(Lava-Jato vai ser fichinha) e até imitar a sua voz e manias.
Daí para se rebelarem e tomarem conta do mundo vai ser um passo.
Brincadeira. Tudo mentira. É só desligar da tomada. Só que não!
Sobre o autor:
Evandro Milet é consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente sobre inovação e negócios.
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