A nova terceira onda

 

Nos últimos anos, tivemos a ilusão que o petróleo seria o grande responsável por uma terceira onda de desenvolvimento do estado, após o café e os grandes projetos industriais. Isso não acontecerá mais, porque os preços não voltarão ao que já foram, seja pelo excesso de produção mundial, seja pela aceleração da substituição por energias limpas. Mas poderá ainda ser importante, caso o país consiga se livrar das políticas ideológicas burras que paralisaram as rodadas e mudaram o modelo de exploração.

A nova terceira onda deverá ter como lema o título do artigo de Orlando Caliman em A GAZETA(18/02/2016), “Diversificação e inovação”. A diversificação passa pelas novas cadeias industriais como a Weg e a linha branca que ela começa a atrair, pela Volare e uma cadeia automotiva e pelo Jurong e a cadeia naval, se sobreviver ao desastre da Sete Brasil – ou pelo menos como grande estaleiro de reparos navais. Além de um promissor embrião de fabricação de equipamentos seriados para a indústria de petróleo – as petropeças – com um salto tecnológico no setor metal-mecânico.

A logística terá papel importante quando acontecer a duplicação das BR-101 e 262, a implantação do Porto Central e a ferrovia Vitória-Rio.

A indústria moveleira, com uma possível fábrica de MDF, o agronegócio a partir do café, da fruticultura e da silvicultura, as rochas ornamentais com seu forte viés de exportação e tecnologia e o setor de confecções, fornecendo em silêncio para grandes varejistas do mundo, ajudam a compor o quadro.

Completaria a diversificação um competente desenvolvimento do turismo, aproveitando as praias, simbolizadas pela espetacular 3 praias em Guarapari, as montanhas e o seu maior símbolo, a Pedra Azul, que surpreende a todos que vem de fora e a belíssima região do Caparaó com o Pico da Bandeira, que precisamos retomar do protagonismo de Minas Gerais.

A inovação viria de vários lados, além dos já citados: a economia criativa, com seu potencial de elevar a cultura a um importante papel na economia, não mais subalterno ou marginal; a economia do conhecimento com a explosão de empresas de tecnologia e um avanço tecnológico das grandes empresas industriais de mineração, siderurgia e celulose, com novos centros de pesquisa e parcerias com universidades.

Para validar esse modelo de diversificação e inovação podemos eleger quatro projetos símbolos, além dos já citados, que precisam acontecer: o novo aeroporto, o Cais das Artes, o Centro de Convenções e o Parque Tecnológico.

A nova terceira onda terá de ser como uma pedra no lago, se espalhando para todos os lados.

 

Evandro Milet

Consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente aos domingos

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