Como em toda prestação de serviço, a opinião final do cliente de hotel é uma sensação, formada pelo somatório de detalhes ao longo da estadia. Começa pelo checkin. Por que o checkin não pode ser como aluguel de carro que você avisa a hora que vai chegar e o quarto está à sua espera? O quarto não está pronto, o carregador quer sequestrar a sua mala para ganhar gorjeta e a recepção não tem lugar para esperar.
Os jornais tem um pedaço de pau de todo tamanho para ninguém roubar(deve ser muito caro). Quando você finalmente entra no quarto começa a prestar atenção nos detalhes. Tem cheiro de mofo ou cigarro? Antigamente nenhum hotel fornecia xampu ou secador de cabelo, nem ferro de passar. Essas firulas passam a ser obrigatórias na medida que todos colocam, mesmo que você não consiga ler se é xampu ou condicionador, ou loção para o corpo, seja lá para que serve isso.
Mais recentemente o problema é com wi-fi no quarto. Nos dias de hoje, alguns ainda cobram pelo tempo de uso, mas o pior é o sinal fraco, quando você fica rodando pelo hotel em busca do sinal. Há outros tipos de problemas. O telefone não tem instruções de como ligar para a recepção, para outro apartamento, chamar a camareira ou o restaurante. A luz lateral na cama é tão fraca que não dá para ler nada. O ar condicionado fica frio demais e não se consegue controlar ou faz barulho a noite inteira.
E o banheiro? Aqueles sabonetes miudinhos que não ensaboam, as torneiras da água quente e fria às vezes estão trocadas e não se consegue regular a temperatura e o pior, a tampa do vaso não fica em pé. Pelo menos eles não tem aquelas toalhas novas que compramos em casa e que não enxugam. Quando é no exterior, na Europa pelo menos, o problema são os chuveiros dentro das banheiras e que não estão fixos nas paredes. Eles pensam que temos o mesmo problema deles com os banhos. Por que a geladeira do quarto não pode vir com as coisas que você gosta e que poderia avisar na reserva? Na TV, em qual número está o seu canal preferido? Mas só tem a TV aberta? O que custa hoje colocar as várias opções que existem? E os vizinhos fazendo barulhos estranhos, empurrando cama e batendo nas paredes? É verdade ou é para impressionar? E o barulho do elevador a noite toda? Uma delícia para o sono.
Acordar é fácil, a cortina nunca veda a luz direito. Se cair algo no chão, cuidado ao olhar debaixo da cama, pode sair um monstro empoeirado. Por fim, o checkout irritante, a espera para checarem se você consumiu uma água ou um amendoim ou se está mentindo. É difícil encontrar um hotel sem problemas. Boas férias.
Evandro Milet
Consultor e palestrante e escreve artigos semanalmente aos domingos
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