Com a frase do título, o Presidente da ESGás, Fábio Bertollo, encerrou uma apresentação na MecShow – Feira de Inovação Industrial de 2024. O comentário veio após a constatação, por vários empresários do setor de gás natural, da absurda operação padrão dos funcionários do Ibama, que se arrasta há seis meses sem solução, causando inúmeros prejuízos aos projetos que iriam inclusive contratar muitos trabalhadores e gerar muitos impostos. Em contraste, outros projetos que demandavam licenças ambientais estaduais e municipais saiam rapidamente, com um trabalho profissional dos técnicos do setor.
No mesmo painel, empresas recém chegadas ao estado, elogiavam a facilidade de fazer negócios e de acessar autoridades que, sistematicamente, colocam tapete vermelho a quem chega para investir, o que apresenta para o país um ambiente de negócios a ser imitado nacionalmente. Aliás, o ES tem história e faz história. A Escelsa foi a primeira empresa do grupo Eletrobras a ser privatizada, a Codesa foi a primeira desestatização do setor portuário, a ESGas foi privatizada com o Governo do estado vendendo seus 51% de participação e as PPPs de saneamento caminham para a universalização. Novos grupos econômicos trazem sua expertise gerencial, arejando a economia local a quem se juntam as recentes novas operadoras do setor de petróleo onshore, as operadoras do offshore com poços na costa do estado e as operadoras de gasodutos, todas se apresentando com seus times de executivos naquela que é hoje uma das maiores feiras do setor metalmecânico no país.
Na MecShow foi lançado o nacionalmente inédito programa ES Mais+Gas, que reuniu o trabalho de 22 entidades públicas e empresas privadas ao longo de 11 meses, para criar um plano que pretende impulsionar o desenvolvimento sustentável do Espírito Santo, a partir do gás natural e do biometano. O programa tem quatro macro objetivos: reduzir a emissão de gases de efeito estufa; estabelecer uma matriz energética robusta, eficaz e diversificada; impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável do Espírito Santo; e transformar o Estado no principal hub integrado de gás de alta competitividade do País.
Empresas capixabas do setor de gás natural assinaram também um Memorando de Entendimentos para explorar as potencialidades do mercado de gás e desenvolver projetos de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) na porção terrestre da Bacia Sedimentar do Espírito Santo. A sigla ficaria CCCUS ou C3US, com o acréscimo mais um C, de Capixaba, em movimento inovador e fundamental para a descarbonização do setor.
A Mecshow, promovida pelo Sindifer e Cdmec, mostrou um avanço significativo no interesse das grandes empresas da indústria de base(mineração, siderurgia, celulose, petróleo) capixabas, bem como toda a cadeia de fornecedores do setor metalmecânico em inovações, alinhadas à disseminação generalizada da inteligência artificial, internet das coisas, robótica e visão computacional, no que se denomina indústria 4.0. Inclua-se nas inovações o interesse na pauta ambiental, social, de diversidade e governança, difundidas mundialmente pela sigla ESG.
Ainda se pode avançar muito em muitas áreas, mas aqui está dando certo e servindo de exemplo para o país.
Coluna Inovação | Espírito Santo é o Brasil que dá certo – ES360
Publicado no Portal ES360 em 11/08/2024