O que será o amanhã? Responda quem puder.

Steve Jobs dizia que não cabia ao consumidor dizer o que quer, porque ele não tem noção do que é possível em tecnologia. Da mesma forma , não adianta saber simplesmente das empresas existentes atuais o que elas imaginam para o futuro do Estado. O amanhã depende de muitas variáveis. Cabe um esforço de tentar visualizar o futuro, principalmente sobre tecnologias, pensar em projetos estruturantes e plantar iniciativas com potencial de criar as oportunidades do futuro. Uma maneira mais segura é se preparar para qualquer futuro que vier.

Uma parte importante do futuro está definida: incentivos fiscais como instrumentos fundamentais de atração de investimentos têm prazo para acabar. O que fazer? Diversificar a economia parece algo razoável para oferecer oportunidades. Algumas tendências sociais sinalizam caminhos. O envelhecimento da população indica que participar do complexo industrial da saúde deve trazer oportunidades. Aliás, isso já está apontado na nova política industrial(NIB) do país. Atrair empresas desse setor de forma organizada poderia ser um caminho.

As demandas crescentes, no país e no mundo, na área ambiental apontam para as oportunidades em crédito de carbono, logística reversa, pagamento por serviços ambientais, descarbonização e transformação energética. Experiências mostram que sair na frente nesse caminho, com legislações e atitudes, geram negócios que podem se espalhar pelo país.

O setor de petróleo ainda será uma grande oportunidade por muito tempo, e a exploração onshore, em forte crescimento depois das privatizações, traz forte impacto em investimentos, empregos e contratação de fornecedores locais.

Temos uma enorme competência em engenharia de prestação de serviços, mas não temos uma indústria de produção seriada, que suavize as ondas de demandas das grandes empresas. Um novo caminho de diversificação.

Empresários contam a desistência da Toyota, há alguns anos,  em implantar fábrica no Estado ao observarem o gargalo da BR 101. Infraestrutura logística é uma obviedade. BR101 e BR262 duplicadas,  portos eficientes e ferrovias são o mínimo para garantir competitividade.

Carência de mão de obra é um gargalo em todos os níveis. Interessante um programa do Senac para trazer meninas para um mercado de trabalho em TI, área muitas vezes entendidas por elas como reservadas para o universo masculino.

Educação básica parece bem encaminhada com a proliferação de escolas de tempo integral, mas a educação em geral deve estar conectada com a geração de empregos. Não tem graça formar pessoas para irem trabalhar em outros estados ou países.

Mas não há como imaginar o futuro sem um fortíssimo viés tecnológico, em tendência de crescimento exponencial. Tudo que puder ser investido em inovação e tecnologia não será desperdiçado. Robôs humanoides, supercomputadores para treinar inteligência artificial, laboratórios de biotecnologia, nanotecnologia, fotônica e química deveriam estar num pacote de futuro para o estado. Para vislumbrar isso não precisamos de cigana ou mensagem zodiacal como na música do título.

Coluna Inovação | O que será o amanhã? Responda quem puder – ES360

Publicado no Portal ES360 em 30/06/2024

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