Ao longo de quatro dias, entre 8 e 11 de novembro, cerca de 125 mil pessoas circularam pelo Pier Mauá, um complexo de antigos armazéns do porto, porta de entrada de navios turísticos de cruzeiro, ao lado do icônico Museu do Amanhã, no centro do Rio de Janeiro. A região tem roubado eventos do distante e isolado Riocentro, unindo praticidade, proximidade, beleza e outras atrações que tornam os eventos bem mais agradáveis de frequentar. O VLT futurista conectando com o aeroporto, a roda gigante turística, maior da América Latina com seus 88 metros de altura e todo o centro histórico da cidade por perto para ser explorado nos intervalos, tornam o local imbatível e inspirador para negócios.
Dá até para almoçar um honesto filé com fritas logo ali na Praça Mauá e relaxar à noite com um chopp no Belmonte na Lapa, aliás, onde tem chopp ruim no Rio?
Estima-se que um movimento de R$ 1 bilhão em negócios tenham sido articulados durante o Rio Innovation Week, que teve como objetivo preparar os participantes para o futuro e os impactos da tecnologia na transformação dos negócios e da sociedade. A programação contou com mais de 900 palestras, 1.700 conferencistas em 27 palcos. Além disso, 200 expositores apresentaram seus trabalhos de inovação e tecnologia. Tudo isso em mais de um quilômetro de evento onde se apresentaram 2.200 startups(mais de 10 do Espírito Santo) com mais de 900 pitches, em todas as áreas. Foram 27 nichos, entre eles: agro, turismo, cultura, saúde, games (jogos), varejo, sociedade 5.0, educação, sustentabilidade, música.
Os assuntos nas palestras foram os mais variados: criptoeconomia à internacionalização de startups, passando por inteligência de mercado, empreendedorismo inovador na bioeconomia, subvenção econômica, crédito do futuro, sustentabilidade, mulheres que impactam, educação financeira, políticas públicas, diversidade, tecnoturismo, agronegócio, comunidades, economia criativa, nova cadeia produtiva do setor nuclear e seu desenvolvimento sustentável e o onipresente metaverso.
Para quem quis se colocar no futuro, o estande de realidade virtual da Petrobras permitia aos visitantes transitar de óculos especiais em refinarias e plataformas de produção de petróleo, conhecendo os ambientes reais do dia a dia de trabalhos dos técnicos.
Hackaton da UERJ de mobilidade provocava a elaboração de propostas para racionalizar o transporte urbano, com integração dos diferentes modais, como barcas, trens, metrô, ônibus, BRTs, vans, bicicletas, ou mesmo o deslocamento a pé, entre outros.
Vários capixabas circulando por lá, inclusive a nossa caravana de convidados da Fecomércio, antenados nas mudanças que podem repercutir por aqui com a nova gestão. Um evento desse porte, com o tema inovação, amplifica a sensação de que o nosso ecossistema no Espírito Santo tem muito a evoluir ainda, embora estejamos no caminho. Não é razoável nos compararmos ao Rio em tamanho, mas com Floripa ou Recife poderemos rivalizar em não muito tempo. Basta manter o pique com os investimentos do fundo soberano e do Funcitec-MCI, os novos hubs, labs, incubadoras, aceleradoras e coworkings, o envolvimento crescente das universidades e instituições de ensino superior e das federações empresariais, a atuação das grandes empresas, a crescente consciência da importância da inovação pelas empresas médias e a explosão das startups.
Fica faltando o grande centro de convenções com a promessa da área do aeroporto, a concessão e novos investimentos no Pavilhão de Carapina e – porque não? – o exemplo de aproveitar os armazéns do porto de Vitória. Sonhar não custa nada.
Publicado em 21/11/2022 no Portal ES360
https://es360.com.br/rio-innovation-week-uma-grande-festa-de-negocios-inovadores/